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A morte de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como "Vaqueirinho", neste domingo (30), em João Pessoa (PB)...
Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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A morte de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”, neste domingo (30), em João Pessoa (PB), após invadir a área de leões do Parque Arruda Câmara, gerou comoção nacional e acendeu o alerta sobre a urgência do cuidado com a saúde mental. O jovem escalou uma parede de mais de seis metros e pulou no recinto onde estava uma leoa, sendo fatalmente atacado.

Segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem por oito anos, Gerson nutria, desde os 10 anos, o sonho de “domar leões” e viajar para a África. Ele foi encontrado sozinho pela Polícia Rodoviária Federal em uma rodovia e, desde então, passou a ser atendido pelo Conselho Tutelar de Mangabeira.

Verônica relatou que o garoto foi vítima de abandono familiar, era filho de uma mãe com esquizofrenia e viveu em acolhimento institucional. Entre os irmãos, Gerson foi o único que não conseguiu ser adotado, possivelmente por apresentar sinais de transtornos mentais. “Será que alguém com problema comportamental entra na jaula do leão, se joga para ele? Isso não é só um problema comportamental. Precisava de tratamento, que não foi oferecido a Gerson”, desabafou a conselheira.

Saúde mental e rede de apoio

Em entrevista à ISN, a psiquiatra Daniela Samico destacou a importância do acolhimento e da busca por ajuda psicológica e psiquiátrica, especialmente no cenário pós-pandemia. Ela reforçou que o município oferece atendimento por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) voltados a diferentes perfis, incluindo crianças, adolescentes, dependentes químicos e pacientes em crise.

“Não precisa ter preconceito. Procurem ajuda. A rede de apoio é essencial para prevenir tragédias como essa. A família precisa estar presente no processo de tratamento para garantir o acolhimento e suporte adequados”, alertou Daniela.

A médica também reforçou a importância da proteção a pessoas com transtornos como o autismo, destacando que essas pessoas precisam ser “protegidas, amadas e cuidadas”.

A morte de Gerson evidencia a falha na assistência a jovens em situação de vulnerabilidade, sobretudo aqueles que apresentam sinais de transtornos mentais e não recebem o acompanhamento necessário do Estado.

Caso esteja enfrentando problemas psicólogicos ou pensamentos suicidas, você pode ligar para o Centro de Valorização à Vida (CVV) em qualquer lugar do Brasil, através do número 188.

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