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Pelo menos 32 garimpeiros morreram após o colapso de uma área de exploração de cobalto na província de Lualaba, no sudeste da República Democrática do Congo. A tragédia ocorreu na mina Kalando, próxima à região de Pajeclem, após dias de chuvas intensas que deixaram o solo instável.
As autoridades alertam que o número de mortos pode ser ainda maior, já que há desaparecidos sob a lama.

Mina estava interditada e concentrava 10 mil garimpeiros irregulares

Segundo órgãos locais de fiscalização, a área havia sido interditada devido ao risco de deslizamentos. Mesmo assim, estima-se que cerca de 10 mil garimpeiros informais continuavam explorando o local em busca de cobalto, um dos minerais mais valiosos do mundo por ser usado na produção de baterias.

De acordo com o relatório da SAEMAPE (Serviço de Assistência e Fiscalização da Mineração Artesanal), a estrutura improvisada que dava acesso a um dos pontos da mina cedeu após três fatores combinados:

  • superlotação de garimpeiros;
  • chuvas fortes, que encharcaram o terreno;
  • pânico repentino, provocado por disparos de soldados na área.
  • A correria causada pelo som dos tiros teria aumentado o peso sobre a ponte improvisada, levando ao colapso.

Equipes de resgate trabalham em condições de alto risco

As operações de salvamento envolvem:

  • equipes da SAEMAPE;
  • bombeiros de Lualaba;
  • forças de segurança congolesas;
  • voluntários e familiares das vítimas, que ajudam a remover terra manualmente.

A instabilidade do solo dificulta o uso de máquinas pesadas e deixa os resgatistas expostos a novos deslizamentos. Autoridades da província acompanham os trabalhos e orientam o transporte dos corpos e feridos para unidades de saúde.

Busca por desaparecidos continua

Familiares permanecem do lado de fora da mina à espera de informações. Muitos afirmam que dezenas de trabalhadores ainda estão soterrados. A expectativa é de que o governo local atualize o balanço nas próximas horas.

Cobalto: riqueza estratégica e cenário de risco

A República Democrática do Congo, localizada na África Central, faz fronteira com países como Angola, Zâmbia, Uganda e Ruanda. O país abriga algumas das maiores reservas minerais do planeta e concentra mais de 70% da produção mundial de cobalto, usado em baterias de celulares e carros elétricos.

Apesar da relevância econômica, grande parte da exploração ocorre em condições precárias, com:

  • túneis clandestinos;
  • ausência de fiscalização;
  • uso de trabalho infantil;
  • conflitos entre garimpeiros, empresas e forças de segurança.

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