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O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação à meia-noite desta quarta-feira (1º), após o Congresso norte-americano fracassar na tentativa de aprovar o orçamento para o ano fiscal de 2026. Com isso, milhares de funcionários públicos foram dispensados ou mantidos em atividade sem remuneração, enquanto diversos serviços essenciais seguem funcionando de forma reduzida.
Esta é a 15ª paralisação do governo desde 1981 e tem como principal ponto de impasse a área da saúde. Os democratas condicionam a aprovação do orçamento à prorrogação de programas de assistência médica, enquanto os republicanos, liderados por Donald Trump, exigem que esse tema seja tratado separadamente. O ex-presidente chegou a ameaçar “fazer coisas ruins e irreversíveis”, como demissões em massa e cortes em programas ligados aos democratas.
Na noite de terça-feira (30), a proposta orçamentária discutida no Senado recebeu apenas 55 dos 60 votos necessários, selando o início do shutdown. A última paralisação semelhante ocorreu entre 2018 e 2019, também sob Trump, e durou 35 dias, causando um prejuízo de US$ 3 bilhões à economia, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso.
Com a nova crise, a expectativa é de que impactos se espalhem por diversos setores. No turismo, parques nacionais, museus e monumentos como a Estátua da Liberdade já têm visitas suspensas. Companhias aéreas alertam para atrasos em voos, uma vez que 11 mil funcionários da Administração Federal de Aviação foram afastados e 13 mil controladores de tráfego aéreo seguem trabalhando sem pagamento.
A economia norte-americana deve sentir efeitos diretos com a interrupção de serviços e suspensão de salários. Apesar disso, programas como o pagamento de aposentadorias, assistência alimentar e o funcionamento do Serviço Postal continuarão ativos enquanto houver recursos.
Na área de segurança, agentes do FBI, Guarda Nacional, patrulhas de fronteira e os cerca de 2 milhões de militares seguirão em seus postos. No entanto, o Pentágono estima o afastamento de mais da metade de seus 742 mil funcionários civis. Visitas de autoridades estrangeiras previstas para os próximos dias devem ser canceladas.
A paralisação também afeta o cenário internacional, com reflexos já percebidos em mercados financeiros globais, inclusive o brasileiro.