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Lula defende negociação com Trump e reafirma direito à defesa no julgamento de Bolsonaro
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (2) que espera uma mudança de postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às tarifas impostas sobre produtos brasileiros. Segundo ele, os EUA precisam reconhecer a importância de negociar com países como Brasil, China e Índia, em vez de adotar medidas unilaterais. Lula ressaltou ainda que não tem interesse em confrontos com Washington e defendeu a continuidade da parceria histórica entre os dois países.

O aumento das tarifas americanas ocorreu após pressões de aliados de Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, em meio às críticas do governo Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo em que o ex-presidente é acusado de tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Em carta enviada a Lula, Trump chegou a dizer que Bolsonaro seria alvo de perseguição política. Apesar das novas tarifas, a Casa Branca divulgou uma lista com cerca de 700 exceções às medidas.

O governo brasileiro reagiu formalmente, levando o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). O Itamaraty argumenta que as medidas impostas violam compromissos assumidos pelos EUA em tratados internacionais e acionou também o mecanismo da Seção 301. Lula frisou que o país utilizará todos os instrumentos legais disponíveis para contestar as barreiras comerciais.

Durante a entrevista, o presidente também comentou o julgamento em curso no STF sobre a suposta trama golpista envolvendo Bolsonaro e aliados. Ele defendeu que todos os acusados tenham pleno direito à defesa, destacando a importância da presunção de inocência como princípio democrático. Comparando com sua própria experiência durante a Lava Jato, afirmou que não teve oportunidade de se defender de maneira adequada, mas reforçou que não deseja que adversários políticos passem pelo mesmo.

Para Lula, a expectativa é de que a Suprema Corte se atenha às provas, depoimentos e documentos do processo, garantindo um julgamento justo. Ele reiterou que a justiça deve prevalecer, independentemente de quem esteja sendo acusado.

As declarações foram dadas em São Paulo, onde o presidente participou do velório do jornalista Mino Carta, que faleceu aos 91 anos.

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