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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou sua saída do cargo para o 1º de dezembro de 2025. Derrite, que ocupa atualmente o cargo de deputado federal licenciado, retorna ao Congresso Nacional, onde exerce um mandato pelo Partido Progressista (PP). Ele já mirando uma candidatura ao Senado em 2026.

Com a sua saída, Derrite deixa um legado controverso na segurança pública de São Paulo. Apesar de alguns resultados positivos, como a redução de homicídios e roubos, sua gestão também foi marcada por promessas não cumpridas, especialmente em relação à reforma da Lei Orgânica da Polícia Civil, ajustes salariais para as polícias e a falta de diálogo com os policiais.

Prometeu e não cumpriu?

Durante os quase três anos em que esteve à frente da SSP-SP, Derrite foi responsável por algumas das principais ações de segurança no estado. A gestão destacou a redução de homicídios e roubos como um dos seus maiores feitos, mas também foi marcada por críticas e protestos por parte das corporações policiais.

Uma das principais promessas de Derrite foi a reforma da Lei Orgânica da Polícia Civil de São Paulo, que não era atualizada desde 1979. O projeto de modernização da legislação, que inclui reajustes salariais, novos planos de carreira e melhorias nas condições de trabalho dos policiais, não foi entregue à Assembleia Legislativa (Alesp) conforme prometido. O delegado André Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados de São Paulo, acusou Derrite de mentir ao afirmar que o projeto seria enviado ainda em 2025. Para a categoria, a falta de ação gerou frustração e desconfiança no governo.

Nos últimos meses, 22 entidades representativas das polícias civil e militar convocaram protestos contra a gestão de Derrite, acusando o governo de descumprir promessas e de ter ignorado as necessidades das forças de segurança. Os protestos, que ocorreram principalmente em São Paulo, evidenciam o desgaste interno e a falta de confiança nas promessas feitas durante a campanha eleitoral e ao longo do mandato.
Os protestos também refletem uma tensão crescente dentro das corporações, com os policiais cobrando melhorias nas condições de trabalho e valorização das categorias.

A Operação Escudo e o aumento da letalidade policial

Uma das operações de destaque durante a gestão de Derrite foi a Operação Escudo, que teve como objetivo o combate a facções criminosas no estado. Embora a operação tenha sido amplamente divulgada como sucesso, ela também foi criticada pela alta letalidade policial, com vários relatos de abusos de poder e mortes de civis. Esse aumento na violência policial gerou protestos de organizações de direitos humanos e movimentos sociais, além de acirrar a relação de Derrite com as categorias de segurança.

O futuro de Derrite: volta ao Congresso e possível candidatura ao Senado

Com a sua saída da Secretaria de Segurança Pública, Derrite retoma seu cargo como deputado federal e já sinalizou intenção de se candidatar ao Senado em 2026. O ex-secretário mirando a ampliação de sua base de apoio no Congresso, com propostas que incluem o endurecimento das penas para facções criminosas e a ampliação do combate ao crime organizado.
Derrite também se destacou como relator do PL Antifacção, projeto que visa penalizar mais severamente os membros de facções criminosas e criar medidas mais rígidas para o combate ao tráfico de drogas e à violência urbana. A proposta, no entanto, sofreu críticas e ajustes devido à oposição interna e questões relacionadas ao controle das investigações pela Polícia Federal.

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