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Neste 14 de novembro, Dia Nacional da Alfabetização, São Vicente, no litoral de São Paulo, celebra mais do que uma data simbólica: o município comemora conquistas concretas na educação, impulsionadas por histórias de superação e investimentos consistentes no ensino da leitura e da escrita.
A estudante de pedagogia Raquel Santos Carvalho, 23 anos, é um dos exemplos dessa transformação. Estagiando na Unidade Educacional Sebastião Ribeiro da Silva, no bairro Tancredo, ela compartilha a emoção de ensinar uma criança a escrever o próprio nome: “É um dos momentos mais mágicos da vida escolar”. Natural do interior da Bahia, Raquel homenageia a professora que a alfabetizou: “Dona Maria José foi parte essencial da minha trajetória”.
Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), os relatos também revelam o impacto positivo da alfabetização. José Vieira Fontes, de 66 anos, relembra as dificuldades de viver sem saber ler: “Até para usar banheiro público eu esperava alguém entrar primeiro”. Hoje, com apoio das professoras, ele celebra a autonomia conquistada. Josefa de Jesus Santos, também de 66 anos, voltou a estudar décadas depois e mantém viva a lembrança da professora que a incentivou na infância. “Se eu pudesse, agradeceria tudo o que ela fez por mim”.
O professor Michael Justino da Silva, 25 anos, representa a nova geração da rede municipal. Atuando na UE José Meirelles e também como docente universitário, ele reforça a importância do trabalho lúdico na alfabetização: “Educar é caminhar um dia de cada vez. Cada avanço vale a pena”.
Nos últimos quatro anos, São Vicente subiu três posições no ranking do Saresp, alcançando o 5º lugar na Baixada Santista. Segundo a secretária de Educação, Michelle Paraguai, o avanço reflete um planejamento contínuo iniciado em 2021. Entre as ações implementadas estão o Programa Alfabetizando, adesão ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e ao Alfabetiza Juntos SP, formações continuadas para professores e ampliação dos materiais didáticos.
Em 2025, 14 escolas municipais foram reconhecidas com o Prêmio Excelência Educacional pelo Governo do Estado, entre elas o CAIC Ayrton Senna da Silva e a UE Ercília Nogueira Cobra.
A Secretaria de Educação também fortalece ações voltadas à primeira infância, como o programa Cinco Básicos, que incentiva interações familiares desde o nascimento. A Trilha Formativa de Alfabetização, voltada a professores, inclui módulos sobre leitura, escrita e práticas antirracistas.
A EJA também tem recebido atenção especial. Um dos destaques é o projeto “Raízes e Rimas”, desenvolvido na UE Sebastião Ribeiro da Silva, que reuniu literatura de cordel e saberes populares em um livro autoral sobre plantas medicinais, criado pelos próprios alunos.
“Nosso sonho é ver nossas crianças lendo e escrevendo na idade certa, com mais oportunidades de futuro”, destacou o prefeito Kayo Amado. “Subimos para o 5º lugar, mas queremos chegar ainda mais alto”.
Criado em 1966, o Dia Nacional da Alfabetização homenageia a fundação do Ministério da Educação, ocorrida em 14 de novembro de 1930, e reforça a alfabetização como um direito essencial para o desenvolvimento social e pessoal de todos os brasileiros.
