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Uma explosão em um depósito clandestino de fogos de artifício deixou um morto, feridos e um grande rastro de destruição na noite desta quinta-feira (13), no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. O incidente ocorreu por volta das 19h45 em uma residência localizada na esquina das avenidas Celso Garcia e Salim Farah Maluf, uma área de intenso fluxo de veículos, comércio e linhas de ônibus.

A explosão e o socorro

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a explosão foi tão forte que provocou incêndio imediato, pequenas explosões em sequência e danos estruturais em imóveis vizinhos. A vítima fatal morava na residência onde funcionava o depósito irregular. Outras dez pessoas ficaram feridas, entre elas:

  • um homem com ferimento na mão, que procurou atendimento por conta própria;
  • um homem com sangramento no ouvido, encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé;
  • uma mulher com traumatismo craniano, levada por meios próprios ao Hospital Nipo-Brasileiro;
  • um jovem de 19 anos com escoriações, também levado ao Nipo-Brasileiro;
  • seis vítimas com ferimentos leves que não necessitaram de transporte hospitalar.

Fogos continuaram explodindo nos minutos seguintes, obrigando os bombeiros a avançarem com cautela e isolarem toda a área.

Cenário de destruição

A onda de choque quebrou vidros de apartamentos próximos, arrancou janelas, danificou carros estacionados e espalhou destroços por diversas ruas do entorno. Moradores relataram sensação de “atentado”.

“Tudo tremeu, as coisas caíram do lugar, entrou pó de gesso pela casa. Parecia um ataque”, contou Fabio Rubemar, morador que registrou o momento da explosão do 18º andar de um prédio.

Outra moradora relatou que a explosão arrancou a janela do quarto e jogou os objetos para dentro do cômodo:
“Foi um barulho que eu nunca ouvi na vida. A janela voou, a cortina caiu, veio um pó terrível para dentro.”

Depósito clandestino é a principal linha de investigação

O Corpo de Bombeiros confirmou que o imóvel funcionava como depósito irregular de fogos. Há evidências de que o material seria utilizado em balões — prática proibida no estado de São Paulo e considerada de alto risco.

“Não podemos afirmar ainda a causa exata, mas já entregamos à Polícia Civil indícios que apontam para armazenamento clandestino de fogos e artefatos usados em balões”, disse um oficial da corporação.

A polícia avalia três possibilidades principais:

  1. queda de balão sobre o imóvel;
  2. ignição acidental dos explosivos armazenados;
  3. falha elétrica que possa ter servido de gatilho.

Defesa Civil interdita 21 imóveis

Durante a madrugada desta sexta-feira (14), equipes da Defesa Civil concluíram uma varredura em toda a área afetada e interditaram 21 imóveis. Há risco de desabamento parcial em algumas estruturas atingidas pela onda de choque.

Famílias desalojadas foram encaminhadas para casas de parentes. A prefeitura informou que continua acompanhando a situação.

Manifestação da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que:

  • equipes da Subprefeitura Mooca e da Defesa Civil municipal seguem no local;
  • os imóveis interditados passarão por avaliação técnica para verificar a possibilidade de retorno dos moradores;
  • o município está à disposição da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros para apoio operacional e estrutural.

A gestão também destacou que irá verificar se o imóvel possuía denúncias anteriores ou registros de irregularidade.

Investigação continua

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar responsabilidades. A perícia busca identificar quem era o responsável pelo depósito, se havia comércio ilegal no local e qual foi o gatilho da explosão.

O dono do imóvel ainda não foi localizado.

Moradores seguem assustados com o cenário, comparado por muitos a uma “zona de guerra”. Vistorias complementares e análises de risco devem se estender pelos próximos dias.

 

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