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Jornalismo, Engenharia e Liderança: A visão de um dos apresentadores mais experientes do rádio e TV, ex-professor universitário e ex-Presidente do Conselho do SFC. Fatos sob todas as perspectivas.
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Talvez você coloque em mim o rótulo de jurássico. Seria justo. Justíssimo. Porque a polarização nossa de cada dia ainda me espanta.

Nesta semana, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu que no Brasil as Forças Armadas estão proibidas de afastar militares transexuais ou em transição de gênero. Em maio, a Suprema Corte liberou o governo Trump para proibir transgêneros nas Forças Armadas nos Estados Unidos.

Como pode?

Decisões opostas para a mesmíssima questão. Que não é periférica, secundária. Em 2018 eram 14 mil soldados nessa condição nos Estados Unidos. Se você olhar para os lados também vai ver a escalada de transições de gênero no Brasil, que certamente chega nas Forças Armadas.

No Brasil a decisão foi pela unanimidade que Nelson Rodrigues definia como burra. Nos Estados Unidos, por 6 x 3.

Também nesta semana circulou pela COP 30 o governador da Califórnia, Gavin Newson. Defendeu ideias ambientalistas. O país dele, Estados Unidos, ignorou a conferência. Nem mandar representantes de quinto escalão, mandou. Newson é democrata e a Califórnia, com quase 40 milhões de habitantes é o estado mais importante do país. Para o presidente Trump, republicano, as pautas ambientais são uma bobajada woke. Todas as decisões dele nesse campo vão contra a pauta ambiental definida pela esmagadora maioria dos cientistas. Para o principal opositor de Trump, o democrata Newson, essa mesmíssima pauta ambiental está no topo da agenda.

Como pode?

O professor Adalto, comentarista do ISFM News, me socorre nesse espanto com uma pesquisa Genial Quaest sobre a polarização no Brasil feita para a ONG More in Common.

Com mais de 10 mil entrevistas, a pesquisa segmentou a população brasileira, pelas respostas em 6 segmentos que vão da extrema esquerda ao polo oposto, à direita.

Os extremistas são minoria: 5% da população na esquerda e 6% na direita. Mas barulhentos. Martelando ideias fixas. Para 93% desses 6% de “patriotas indignados” (definição da pesquisa) os direitos humanos atrapalham no combate ao crime. Essa proporção vai diminuindo e chega a apenas 3% entre os 5% de “progressistas militantes” (também definição da pesquisa.

Ou seja as radicalizações opostas estão entre as essas duas extremidades da sociedade brasileira. Que reúnem só esses 11%. De cada 10 brasileiros, 9 estão fora desse tiroteio, mais silenciosos e abraçando ideias e conceitos mais equilibrados.

O mesmo Nelson Rodrigues da “unanimidade burra”, escreveu que “não há santo, herói, gênio ou pulha sem ideias fixas”.     

O problema é submeter os outros 89% a esse  martelamento radicalizado e raso dessas duas pautas. Está na hora da maioria (27% de desengajados esquerdistas e mais 27% de direitistas cautelosos) ou seja 54% do total, assumirem o comando dessa discussão.

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