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O fisioterapeuta Rafael Mucarsel Linhares descobriu no Instagram um jeito simples — e poderoso — de transformar ciência em algo que todo mundo entende. À frente do perfil @fisiodoidoso, ele fala sobre envelhecimento, movimento e qualidade de vida com leveza, acessibilidade e, claro, muita verdade.
A ideia nasceu em 2018, durante uma aula da pós-graduação em Gerontologia no Hospital Albert Einstein. “Percebi que ninguém fazia ideia do que a gente realmente fazia dentro de uma ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos). Era algo completamente desconhecido — e eu precisava mostrar isso”, relembra Rafael.
Ali mesmo, ainda na sala de aula, ele criou o perfil Físio do Idoso. O que começou como registros simples do dia a dia logo se tornou um espaço de troca e aprendizado. “Mostrava o dia real: de jaleco, descabelado, mostrando o corre de verdade. Eu nunca tinha acompanhado influenciadores, então fiz tudo do meu jeito”, conta, rindo.

Com o tempo, o perfil ganhou corpo e propósito. Rafael investiu em identidade visual, buscou apoio de profissionais de marketing e transformou o Instagram em uma vitrine de conhecimento — e não apenas de serviços. Hoje, com mais de 62 mil seguidores, o Físio do Idoso se tornou referência nacional em conteúdo sobre envelhecimento ativo.
Nas redes, ele conversa com três públicos diferentes:
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Famílias, que procuram entender como cuidar melhor de seus idosos ou querem aprender exercícios simples para o dia a dia;
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Gestores de ILPIs, interessados em criar uma cultura de movimento dentro das instituições;
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E fisioterapeutas, que buscam se especializar ou descobrir novas formas de atuar nesse nicho tão sensível.
Um momento que saiu das telas
Entre tantas histórias, uma ficou marcada na memória de Rafael. Durante uma palestra em um centro de convivência, dezenas de idosos o procuraram depois do evento.
“Eles vieram me agradecer, alguns trouxeram exames pra eu olhar, outros pediram até autógrafo! Foi emocionante. Eles reconheceram meu trabalho em algo que normalmente associam à dor, à doença. Naquele dia, eu percebi que o que faço é muito maior do que conteúdo — é transformação.”
Para Rafael, as redes sociais são apenas o meio. O fim é muito mais nobre: levar a fisioterapia e o movimento para os lugares onde as pessoas acreditam que já não há mais espaço para se mover.
