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As imagens de dezenas de corpos enfileirados na manhã desta quarta (29), na Praça São Lucas, no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, repercutiram no Brasil e fora do país. Nos vídeos gravados por moradores, quase todos os mortos aparecem sem camisa, alguns apenas de cueca ou short, descalços, o que alimentou a tese de que a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão teria feito vítimas fatais inocentes.
O secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, porém, deu uma versão oposta. Em coletiva de imprensa, ele afirmou que todos os mortos eram integrantes do Comando Vermelho e que foram encontrados pelas equipes “totalmente paramentados”, usando roupas camufladas, coletes balísticos e portando armas de guerra. Segundo Curi, moradores retiraram esse material antes da chegada da perícia e levaram os corpos para a via pública, alterando o cenário original do confronto.
“Temos imagens deles todos com roupas camufladas, coletes balísticos e portando armas de guerra. Aí, apareceram vários deles só de cueca ou de short, descalços, sem nada”, disse o secretário.
Curi exibiu, na coletiva, um vídeo que mostra pessoas mexendo nos corpos na área de mata e retirando o que seriam fardamentos táticos e equipamentos usados pelos suspeitos. Para ele, a intenção foi descaracterizar os mortos e produzir uma imagem que sugerisse que a polícia havia matado pessoas desarmadas.
Diante disso, o secretário anunciou a abertura de um inquérito para apurar o caso e disse que os responsáveis vão responder por fraude processual — crime previsto quando alguém altera o estado de lugar, coisa ou pessoa para induzir a investigação ao erro. Ele acrescentou que, se forem comprovadas a retirada e a ocultação de armas, coletes e demais itens de uso restrito, outros crimes podem ser somados.
“Quando você tira o colete, a farda e o fuzil da mão do morto e o traz para a rua só de bermuda, você está tentando mudar o que aconteceu. Quem fez isso vai ser identificado e vai responder”, afirmou.
O secretário também reforçou que os confrontos aconteceram em área de mata usada pelo Comando Vermelho, e não em áreas de circulação de moradores. Segundo ele, as forças de segurança tinham imagens e informações de inteligência que indicavam a presença de criminosos fortemente armados no local. Por isso, para a Polícia Civil, não há dúvida de que os mortos tinham ligação com o tráfico.
Curi destacou ainda que as imagens originais, feitas pelas equipes de segurança antes da remoção dos corpos, serão anexadas ao inquérito para mostrar como os suspeitos foram encontrados. De acordo com ele, esse material vai comprovar que houve uma alteração posterior da cena e que isso influenciou a percepção pública sobre a operação.
 
								
 
											 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								