O furacão Melissa evoluiu para a categoria 5 — o nível mais alto na escala Saffir-Simpson — nesta segunda-feira (27), com ventos sustentados de 260 km/h, e ameaça países do Caribe com marés de tempestade e inundações catastróficas. A Jamaica, onde o fenômeno deve tocar o solo na madrugada de terça-feira (28), adotou medidas emergenciais e iniciou evacuações em massa.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o furacão está a cerca de 205 km ao sul-sudoeste de Kingston, capital jamaicana, e se desloca lentamente a 6 km/h. A previsão é que Melissa siga em direção a Cuba ainda na terça-feira e chegue às Bahamas na quarta-feira (29).

A tempestade já provocou ao menos quatro mortes: três no Haiti e uma na República Dominicana. No território haitiano, o fenômeno destruiu plantações e intensificou a crise alimentar, que já afeta mais da metade da população do país. Na República Dominicana, mais de 3.700 pessoas ficaram desalojadas e ao menos 750 casas foram danificadas.

Na Jamaica, o governo ordenou evacuações obrigatórias em Kingston, Porto Real e outras áreas, abrindo 881 abrigos em toda a ilha. “Muitas dessas comunidades não vão sobreviver a esta enchente. Não joguem com Melissa”, alertou Desmond McKenzie, vice-presidente do Conselho de Gestão de Riscos de Desastres.

O diretor do serviço meteorológico jamaicano, Evan Thompson, afirmou que este pode ser o furacão mais forte a atingir diretamente a ilha em décadas. O governo informou que toda a extensão do território será afetada, com expectativa de até 76 centímetros de chuva em algumas regiões e marés de tempestade de até 4 metros de altura.

Aeroportos fechados e riscos humanitários

Os dois principais aeroportos da Jamaica — Norman Manley, em Kingston, e Sangster, em Montego Bay — foram fechados desde o domingo (26). Ao menos 218 pessoas já estavam em abrigos até esta segunda-feira.

O furacão Melissa também representa risco para tropas norte-americanas posicionadas no Caribe como parte da campanha de pressão do governo Donald Trump contra o regime da Venezuela. A região ainda foi abalada nesta segunda por um terremoto de magnitude 6.5, a leste de Curaçao.

Com o avanço do furacão, autoridades locais e internacionais pedem cautela e alertam para o risco elevado de inundações repentinas, deslizamentos de terra e colapso de infraestrutura em diversos pontos do Caribe.