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Assassinato de Ruy Ferraz Fontes completa um mês com suspeitas de envolvimento do PCC e motivações ainda em apuração
Foto reprodução
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Um mês após o assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral de São Paulo e então secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, o caso ainda levanta dúvidas e continua sob investigação. O crime, que ocorreu na noite de 15 de setembro, ganhou repercussão nacional devido à trajetória de Ruy no combate ao crime organizado e à suspeita de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) em sua execução.

Ruy foi morto após sair do expediente na prefeitura. Ele foi atingido por mais de 10 disparos de fuzil enquanto estava em seu veículo. Câmeras de monitoramento flagraram o momento da emboscada e também revelaram que os criminosos já o observavam há pelo menos um mês. Veículos utilizados no ataque foram identificados, sendo um deles incendiado e outro apreendido para perícia. Além disso, a polícia descobriu que os suspeitos se hospedaram em casas alugadas em Praia Grande e Mongaguá, ambas pichadas com a frase “Justiça tarda + não falha”.

Até o momento, cinco pessoas foram presas por envolvimento direto na execução. Entre elas, estão um homem apontado como fornecedor de uma das armas usadas, uma mulher suspeita de transportar o armamento, e outros indivíduos ligados à logística do crime. Um suspeito identificado pelas impressões digitais encontradas em uma das casas usadas pelos criminosos morreu durante confronto com policiais no Paraná. Outros dois seguem foragidos.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo já confirmou que o PCC teve participação no crime. Contudo, a motivação exata ainda está em apuração. As autoridades trabalham com duas linhas principais de investigação: uma possível vingança em função da atuação de Ruy contra os chefes da facção durante sua carreira, e uma retaliação ligada à sua função atual como secretário municipal, especialmente após movimentações recentes envolvendo contratos públicos em Praia Grande.

Entre os contratos sob investigação, está uma licitação de quase R$ 24 milhões para expansão do sistema de videomonitoramento da cidade. A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na prefeitura, recolhendo documentos, eletrônicos e grande quantia em dinheiro. Um subsecretário chegou a pedir exoneração após a operação.

Ruy Fontes atuou por mais de quatro décadas na Polícia Civil e foi delegado-geral do estado entre 2019 e 2022. Foi reconhecido pela atuação firme no combate ao crime organizado e participou da transferência de líderes do PCC para presídios federais. Mesmo após a aposentadoria, seguia recebendo ameaças, especialmente por não contar com escolta policial, já que a legislação atual não prevê esse tipo de proteção para policiais aposentados. No dia do assassinato, ele não utilizava veículo blindado.

As investigações seguem sob responsabilidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que busca identificar todos os envolvidos na execução e esclarecer de forma definitiva a motivação por trás do crime.

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