Após forte cobrança do São Paulo e liberação da Fifa, a CBF divulgou nesta quinta-feira os áudios do VAR no clássico contra o Palmeiras, vencido pelo rival por 3 a 2. Quatro lances foram tornados públicos, entre eles o pênalti não marcado sobre Tapia, o mais contestado pelo Tricolor.

Na jogada, Allan escorregou e derrubou Tapia dentro da área. O árbitro Ramon Abatti Abel mandou o jogo seguir, alegando que o contato foi acidental. O VAR, comandado por Ilbert Estevam da Silva, confirmou a avaliação e classificou o lance como “totalmente acidental”.

A Comissão de Arbitragem reconheceu o erro e determinou o afastamento temporário de Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam para reciclagem. A decisão foi tomada após o entendimento de que houve falha de interpretação no lance que poderia ter mudado o resultado do clássico.

Outro momento de discussão envolveu Andreas Pereira. O meia recebeu cartão amarelo por entrada em Marcos Antônio, e o São Paulo pediu revisão para vermelho. O árbitro afirmou que Andreas “pisa na bola e a sola pega depois”, e o VAR manteve a advertência.

Durante o diálogo, Ramon reclamou das pressões em campo, citando Luciano como exemplo. “Luciano reclama de ter nascido até, é impressionante!”, disse o árbitro, ressaltando a dificuldade de controlar o jogo diante das reações dos atletas a cada decisão tomada.

Em outro lance, o VAR avaliou um possível pisão de Gustavo Gómez em Tapia. O árbitro considerou a jogada de disputa, sem intenção de agredir, e a cabine confirmou a decisão. “Ele está desequilibrado, tenta saltar e não tem onde cair”, descreveu Ilbert durante a checagem.

A sequência de lances polêmicos seguiu com o braço de Gómez atingindo o rosto de Tapia em disputa na linha de fundo. O VAR analisou a jogada e concluiu que o toque foi acidental. “Não há gesto adicional nem ação de cotovelada no adversário”, afirmou Ilbert.

Apesar da divulgação dos áudios, o São Paulo manteve o protesto formal contra a arbitragem, alegando prejuízo direto na partida. O clube defende que o pênalti sobre Tapia deveria ter sido marcado e pede que a CBF adote critérios mais claros de revisão no VAR.

Mesmo sem veto oficial, o São Paulo acredita que Ramon Abatti Abel não voltará a apitar jogos do clube após a reciclagem. A diretoria tricolor entende que a exposição do erro e o afastamento dos árbitros demonstram falhas na condução do clássico no Morumbis.

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