Vendas globais da montadora despencam e Musk vira alvo de boicotes e protestos internacionais.
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A montadora de veículos elétricos Tesla suspendeu a aceitação de novos pedidos na China para dois de seus modelos de luxo, o Model S e o Model X, ambos importados diretamente dos Estados Unidos. A decisão da empresa de Elon Musk ocorre em meio à nova escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim.
Sem divulgar os motivos da suspensão, a Tesla retirou nesta sexta-feira (11) o botão de compra desses modelos do site chinês. A medida foi tomada logo após o governo da China anunciar tarifas de 125% sobre produtos norte-americanos, em retaliação às taxas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, que seguem sendo aplicadas.
Apesar da suspensão de novos pedidos, os clientes chineses ainda podem adquirir unidades do Model S e do Model X caso haja estoque disponível nas concessionárias. Ambos os modelos são fabricados na unidade da Tesla em Fremont, Califórnia, e chegam ao mercado chinês com valores que ultrapassam R$ 500 mil após somados impostos e custos de importação.
A Tesla mantém operação local em Xangai, onde fabrica o sedã médio Model 3 e o SUV Model Y, voltados para o público chinês e exportação. A unidade foi inaugurada em 2020 como parte da estratégia da empresa para competir com os fabricantes asiáticos. No entanto, os resultados não têm sido positivos.
Em março, as vendas de veículos fabricados pela Tesla na China caíram 11,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No caminho oposto, a concorrente local BYD registrou crescimento de 23% nas vendas e segue ganhando espaço no mercado doméstico.
A Tesla também enfrenta dificuldades no cenário global. No primeiro trimestre de 2025, as vendas mundiais caíram 13%, somando 336.681 unidades, o pior resultado em quase três anos. O número ficou abaixo da estimativa da consultoria Wedbush, que previa entre 355 mil e 360 mil unidades.
A imagem de Elon Musk tem pesado sobre a marca. Como conselheiro do governo americano no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), o bilionário virou alvo de protestos, vandalismo e boicotes em diversos países. A insatisfação tem impactado diretamente a reputação da empresa.
Na Europa, os números também são negativos. A Tesla registrou queda de 36,8% nas vendas na França em março, 63,9% na Suécia e 56% na Dinamarca no trimestre. Com modelos considerados defasados e a pressão de novos lançamentos de montadoras asiáticas e europeias, a empresa luta para manter sua participação no mercado internacional.
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