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A mãe da empresária Brenda Bulhões desabafa sobre a espera por Justiça, dez meses após o assassinato da filha em Guarujá, no litoral de São Paulo. A família lamenta a demora no andamento do processo judicial e cobra agilidade.
Brenda foi morta a tiros em frente ao próprio salão de beleza, no bairro Paecará, em 29 de novembro de 2024. A jovem tinha 26 anos e estava prestes a completar 27. A execução, que durou menos de um minuto, foi registrada por câmeras de segurança. O principal acusado é o ex-namorado, Bruno dos Santos Campos, preso dois meses depois, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por feminicídio consumado duplamente majorado e permanece em prisão preventiva.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o processo sofreu atrasos porque o advogado constituído pelo réu não apresentou a resposta à acusação dentro do prazo legal. Mesmo após nova intimação, o acusado manteve o mesmo defensor, que seguiu sem se manifestar. Por isso, ele foi declarado indefeso e os autos encaminhados à Defensoria Pública. Apenas após a entrega da resposta e análise das alegações da defesa será possível designar audiência para a oitiva das testemunhas.
Enquanto aguarda o julgamento, a família vive a dor da perda e a incerteza da espera. A mãe de Brenda, também cabeleireira, divide a rotina entre o trabalho e as lembranças da filha, além da responsabilidade de criar a neta de 10 anos. Para ela, a falta de respostas da Justiça aumenta o sofrimento diário.
O caso, que teve grande repercussão na Baixada Santista, também inspirou a criação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo. A proposta prevê o Programa Estadual de Prevenção à Violência contra Crianças e Adolescentes no Ambiente Escolar, com foco no combate à violência doméstica e de gênero.
Dez meses após o crime que chocou a cidade, ainda não há previsão para julgamento, prolongando a angústia de familiares e amigos que aguardam por uma resposta efetiva da Justiça.