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Tufão Ragasa força retirada de quase dois milhões na China e deixa 17 mortos em Taiwan
Foto Reprodução/Reuters
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O supertufão Ragasa atingiu nesta quarta-feira (24) o sul da China e Hong Kong, após passar por Taiwan e pelas Filipinas, deixando um rastro de destruição. Em Taiwan, as inundações causadas pelo rompimento de uma barragem natural já resultaram em 17 mortes confirmadas e 17 pessoas desaparecidas.

A barragem havia se formado após um deslizamento de terra em julho e as autoridades monitoravam o risco de rompimento, previsto para outubro. No entanto, a intensidade das chuvas associadas ao tufão acelerou o colapso, liberando milhões de toneladas de água e destruindo a cidade de Guangfu. Uma ponte na região de Hualien também foi levada pela correnteza.

Com ventos equivalentes a um furacão de categoria 3, Ragasa avançou sobre Hong Kong e Macau, provocando rajadas de até 168 km/h. Escolas, empresas, transporte público e até o aeroporto internacional da cidade foram paralisados. Mais de 90 pessoas ficaram feridas e quase 900 buscaram abrigo temporário, segundo autoridades locais. Marés de tempestade superiores a três metros foram registradas em áreas costeiras.

Na província chinesa de Guangdong, cerca de 1,89 milhão de pessoas foram retiradas preventivamente de áreas vulneráveis até a noite de terça-feira (23). Mais de 10 mil embarcações foram deslocadas para locais seguros e aproximadamente 38 mil bombeiros estão mobilizados para lidar com emergências.

Apesar da vulnerabilidade populacional, cidades como Hong Kong e Shenzhen contam com infraestrutura robusta para lidar com tufões. Um exemplo é a rede de drenagem de quase US$ 4 bilhões que tem evitado inundações que, em décadas anteriores, causavam mortes e devastação. Ainda assim, especialistas alertam que o aquecimento global aumenta a intensidade e a frequência desses fenômenos.

Foto REUTERS/Tyrone Siu

De acordo com cientistas atmosféricos da região, a elevação da temperatura das águas e da umidade na atmosfera potencializa a energia das tempestades. Isso torna insuficientes os códigos de construção baseados em dados climáticos do passado, exigindo atualizações constantes para lidar com ventos mais fortes, elevação do nível do mar e chuvas intensas.

Nas Filipinas, onde Ragasa chegou a alcançar força equivalente a um furacão de categoria 5, pelo menos sete pescadores morreram após o naufrágio de uma embarcação em Luzon. Esforços de limpeza seguem em andamento, mas a temporada de tufões continua ativa. Outra tempestade, chamada Opong, já começa a se intensificar sobre o arquipélago, aumentando a preocupação para os próximos meses.

Destaques ISN

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