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O programa ISFM News desta terça-feira (23) recebeu o advogado e jornalista Márcio Harrinson, que abordou a trajetória do delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado em Praia Grande, e refletiu sobre os desdobramentos da investigação em curso.

Márcio Harrinson destacou que conheceu o delegado há mais de 20 anos, no início da Lei de Interceptação Telefônica. Segundo ele, Ruy foi pioneiro no uso da ferramenta, conseguindo identificar o organograma do PCC, ainda nos tempos de gravações em fitas cassete.

Ele recordou que Ruy participou diretamente da prisão de faccionados importantes, como Marcola e integrantes de sua equipe. O delegado passou por diferentes unidades, como DEIC e DENARC, até chegar à cúpula da Polícia Civil como delegado-geral.

Harrinson lembrou encontros pessoais com o delegado, em Santos e em São Paulo, ressaltando sua dedicação à instituição. Ele classificou o crime como brutal e levantou questionamentos sobre a motivação: acerto de contas, vingança, queima de arquivo ou rixa.

O advogado ressaltou que há diferentes níveis de envolvimento em crimes como esse: o autor mediato, que planeja, e os executores, que executam a ação. Ele frisou que o inquérito policial é sigiloso e que, antes de ir à mídia, é preciso esclarecer cada conduta.

Para Harrinson, a investigação parece estar invertendo prioridades. Segundo ele, há uma pressa em divulgar informações à imprensa antes da conclusão dos fatos, enquanto a pergunta principal segue em aberto: os autores já foram realmente identificados e presos?

Ele questionou a origem de tantas informações antecipadas, se partem da cúpula da Polícia Civil ou de autoridades políticas. Lembrou que Ruy tinha histórico de enfrentamento ao PCC e que poderia ter sido alvo de represália tardia, ou por sua atuação em Praia Grande.

Harrinson citou ainda as contradições na apuração. Na semana passada, surgiram nomes de um ex-policial militar e depois de seu irmão, mas logo recuaram, desmentindo as ligações. Ele criticou a precipitação, que atinge a imagem de instituições sem provas firmes.

O advogado concluiu dizendo que investigações precisam de cautela, respeitando o devido processo legal. Para ele, a pressa em dar respostas imediatas à sociedade pode comprometer a qualidade da apuração, prejudicando a busca pela verdade sobre o crime.

Apresentado por Paulo Schif, o ISFM News vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na rádio ISFM 100,7. O programa também pode ser acompanhado ao vivo ou sob demanda no canal oficial da emissora no YouTube.

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