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Olha só: Junior Lima, aquele que a vida inteira foi “o irmão da Sandy”, finalmente teve seu momento solo no palco do The Town. E, como se não bastasse segurar sozinho o microfone sem a sombra angelical da irmã, resolveu também soltar a língua. Entre uma música e outra, o rapaz resolveu falar de anistia. Sim, isso mesmo: enquanto o público esperava nostalgia, veio discurso político disfarçado de reflexão artística.

O detalhe é que Sandy, a eterna parceira de palco, não estava lá para equilibrar as coisas. Passou mal e deixou o irmão à deriva, sem a bússola vocal e comportamental que sempre garantiu a suavidade da dupla. Resultado? Junior, talvez sentindo a necessidade de provar que pode ser “mais” do que a segunda voz, pegou carona em um tema que não é exatamente simples e jogou no meio de um festival. O problema não foi nem o que disse, mas o jeito: parecia aquele aluno que, de repente, descobre a palavra “democracia” no dicionário e não perde a chance de usá-la em qualquer redação.

O público, claro, ficou dividido entre aplaudir o esforço, fingir que entendeu a profundidade do discurso ou apenas pensar: “cadê a Sandy quando a gente precisa dela?”. No fim, Junior saiu com a sensação de ter feito história, quando, na verdade, o que fez foi reforçar uma curiosa ironia: até para ser polêmico, ele precisou estar sozinho.

Ou seja, sem Sandy, Junior teve liberdade para dizer o que queria. Mas talvez seja bom lembrar que liberdade de expressão não garante automaticamente relevância.

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