Animal sofreu choques e pancadas ao ser forçado a entrar em caminhão; vídeo causou comoção
O Ministério Público de Uberlândia instaurou um inquérito para investigar um caso de maus-tratos contra uma mula durante a Cavalgada do Camaru 2025. O episódio, registrado em vídeo por populares, mostra o animal sendo forçado a entrar em um caminhão de transporte após sofrer repetidos choques elétricos e agressões físicas.
As imagens revelam o uso de uma vara de choque contra o animal, que, diante da dor, travou e chegou a urinar — sinal típico de sofrimento intenso, segundo especialistas. O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e indignação pública.
O professor Márcio Bandarra, do IML Veterinário, confirmou que o vídeo mostra claramente a prática de maus-tratos. “A mula apresenta sinais evidentes de dor, como travamento corporal e micção involuntária (incontinência urinária) após choques intensos. Já estamos elaborando o laudo técnico para encaminhamento ao Ministério Público e à Polícia Civil”, afirmou.
A Polícia Militar também se posicionou, informando que o homem que aparece nas imagens tentando intimidar quem filmava e alegando ser tenente da corporação não pertence à PM. As investigações seguem para confirmar a identidade de todos os envolvidos.
O promotor de Justiça Breno Lintz afirmou que a ação conjunta de mais de três pessoas configura crime de associação para prática de maus-tratos e que, após a identificação dos envolvidos, solicitará a prisão preventiva dos responsáveis. Um laudo indireto do caso está sendo produzido por peritos.
Em nota, o Sindicato Rural de Uberlândia repudiou veementemente o episódio, alegando que se trata de uma ação isolada e que não representa os valores do evento nem da instituição. “Reforçamos nosso compromisso com o bem-estar animal e pedimos rigor nas investigações”, declarou o sindicato.
No Brasil, a legislação prevê pena de 3 meses a 1 ano de detenção e multa para maus-tratos contra animais de grande porte. A pena pode ser agravada em caso de morte do animal.
