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O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cuja vice-presidência é ocupada por José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, está no centro de uma investigação da Polícia Federal sobre supostos descontos não autorizados nos benefícios do INSS que teriam gerado repasses milionários a pessoas ligadas à entidade.
José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, tem uma trajetória histórica na militância sindical e política. Nascido em Pernambuco, foi metalúrgico no ABC Paulista e militante do PCB — chegando a ser preso e torturado pela ditadura militar. É creditado como introdução do irmão Lula ao movimento sindical e sua entrada no cenário político. Hoje com mais de 80 anos, é vice-presidente do Sindnapi, cargo para o qual foi indicado após influência política e vínculo com a formação inicial da entidade.
Crescimento exagerado chamou a atenção
O Sindnapi, fundado há mais de vinte anos, passou por um crescimento extraordinário nos últimos anos, captando milhares de novos associados mensalmente e mirando até um milhão de filiados. Embora isso tenha impulsionado sua arrecadação, os índices de descontos automáticos e não autorizados em aposentadorias e pensões acenderam o alerta das autoridades.
Mais de 4 milhões em comissões
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025, mobilizou centenas de mandados de busca e apreensão e resultou no descredenciamento da entidade junto ao INSS. Estão sob análise descontos feitos entre 2020 e 2023, sem autorização formal dos beneficiários, e movimentações suspeitas envolvendo comissões pagas por meio da empresa Gestora Eficiente Ltda. Estimativas apontam que foram movimentados ao menos R$ 4,1 milhões em comissões diretas a familiares de dirigentes ou pessoas próximas ao sindicato.
As defesas e reações
Frei Chico declarou estar tranquilo, afirmando que o Sindnapi já foi auditado, passou por processos de fiscalização e que “não devemos nada”. O sindicato publicou nota oficial ressaltando que a proteção dos aposentados é prioridade, que apoia as investigações e atribui sua forte receita à prestação de serviços legítimos, como convênios e assistência jurídica.
Além disso, o TCU incluiu o Sindnapi em investigação sobre fraudes no INSS, determinando que sejam ouvidos representantes da entidade e que o INSS forneça documentos detalhando os valores repassados entre 2020 e maio de 2025, além de registros de denúncias relacionadas a descontos associativos.
