Moeda americana sobe com tensão comercial; nova alta da inflação pressiona Banco Central
Créditos: Douglas Sacha/Getty Images
O dólar voltou a subir com força nesta quinta-feira (10) e chegou a bater R$ 5,6213, reflexo direto do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que aplicará uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Por volta das 12h20, a moeda operava em alta de 0,87%, cotada a R$ 5,5509.
O mercado financeiro reagiu mal à medida. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 0,70%, aos 136.352 pontos, enquanto ações da Embraer, potencialmente uma das mais impactadas pelas novas tarifas, registravam queda superior a 8%.
A taxação imposta por Trump, que citou o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal como parte da justificativa, colocou o Brasil no topo da lista de países atingidos pelas novas medidas protecionistas do governo americano. Ao todo, 22 nações já foram notificadas com tarifas entre 20% e 50%.
Especialistas apontam um caráter político na decisão, com o economista Paul Krugman lembrando que os EUA historicamente utilizam tarifas como ferramenta de pressão internacional. Em resposta, o presidente Lula afirmou que o Brasil adotará medidas baseadas na Lei da Reciprocidade Econômica.
A escalada nas tensões comerciais aumentou o nervosismo dos investidores, diante do risco de repasse inflacionário e manutenção dos juros elevados nos Estados Unidos por mais tempo, cenário que tende a pressionar os ativos emergentes.
No Brasil, o dia também foi marcado pela divulgação do IPCA de junho, que subiu 0,24%, acumulando alta de 5,35% nos últimos 12 meses, acima da meta de 4,50%. O resultado exige nova carta pública do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando o descumprimento do objetivo inflacionário.
Siga o perfil @isn.online no Instagram e acompanhe as últimas notícias no portal ISN Online.
