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Na tarde desta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados após se recusar a deixar a cadeira da presidência. A situação gerou grande repercussão, com a TV Câmara saindo do ar e a imprensa sendo retirada do plenário durante a ação. Glauber ocupou a presidência da Câmara de forma simbólica, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato, que foi pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.
O Protesto
A decisão de Glauber de ocupar a presidência foi uma resposta direta ao anúncio de Hugo Motta, que disse que o processo de cassação de Glauber seria pautado para análise dos deputados. A denúncia contra Glauber, apresentada pelo Partido Novo, envolve acusações de agressão a Gabriel Costenaro, militante do MBL, e o deputado Kim Kataguiri (União-SP). Glauber, no entanto, considera que o processo é politicamente motivado e foi a principal razão do seu protesto na Câmara.
Apesar de não ter cargo na mesa, Glauber continuou presidindo a sessão, o que gerou questionamentos sobre a legitimidade de sua ação. Em resposta, ele criticou a falta de transparência e o tratamento desigual em relação a outros episódios ocorridos na Câmara, como ocupações anteriores da Mesa Diretora por deputados de oposição, que não sofreram as mesmas consequências.
Retirada da Imprensa
Às 17h34, a Polícia Legislativa iniciou a retirada da imprensa do plenário, e o sinal da TV Câmara foi cortado, um fato incomum durante as sessões. Glauber, ainda presidindo a sessão, denunciou a ação: “Eu só queria dizer que neste momento está havendo uma evacuação do plenário por parte da Polícia Legislativa. Está acontecendo uma coisa aqui, eu acabo de receber a informação que a TV Câmara foi tirada do ar também”, afirmou ele, protestando contra o cerceamento da cobertura.
Às 18h08, após várias tentativas de negociação, Glauber foi finalmente removido da presidência pelos policiais legislativos, encerrando o protesto. Sua saída foi marcada por críticas à forma como o processo estava sendo conduzido, e ele destacou o contraste com o tratamento dado a outros parlamentares envolvidos em situações semelhantes de ocupação.
Denúncia de tratamento desigual
Glauber Braga usou sua ocupação da presidência para denunciar o que considera uma manobra política e tratamento desigual dentro da Casa. Ele comparou seu caso com o de outros deputados de oposição que também ocuparam a Mesa Diretora, como no episódio de agosto de 2025, mas não sofreram as mesmas penalidades. Para Glauber, o processo de cassação é uma tentativa de cercear sua liberdade de atuação parlamentar e de pressioná-lo politicamente.
Defesa da honra
A denúncia contra Glauber foi apresentada pelo Partido Novo em abril de 2024, alegando que o deputado agrediu Gabriel Costenaro e Kim Kataguiri em episódios dentro da Câmara. Glauber argumenta que sua reação foi em defesa de sua honra, após provocações constantes por parte de membros do MBL, incluindo ofensas a sua falecida mãe.
O Conselho de Ética da Câmara está analisando o caso, e o relator, Paulo Magalhães, recomendou a cassação de Glauber por quebra de decoro parlamentar. A votação sobre a cassação ainda não ocorreu, e o processo continua gerando grande tensão na Câmara.
