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Cerca de 5.000 metros de linha chilena e cerol foram apreendidos na manhã deste domingo (7) durante uma ação que interrompeu um campeonato clandestino de pipas no bairro Vera Cruz, em Mongaguá, no litoral de São Paulo. A operação foi realizada pela Prefeitura, por meio da Guarda Civil Municipal (GCM) e do Departamento de Fiscalização, com apoio da Polícia Militar.
A ação ocorreu por volta das 9h, após denúncia sobre a realização do evento irregular. Segundo a Prefeitura, o uso de linhas cortantes representa alto risco à vida de motociclistas, ciclistas e pedestres, além de causar danos à rede elétrica e interrupções no fornecimento de energia.
Ao perceberem a chegada das viaturas, participantes cortaram as linhas que estavam no alto na tentativa de dificultar a identificação dos responsáveis. Em cerca de 15 minutos, as equipes dispersaram a aglomeração e recolheram aproximadamente 5 mil metros de linhas cortantes, além de carretilhas e carretéis. Todo o material apreendido será descartado conforme a legislação.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo apontam que, apenas nos cinco primeiros meses de 2024, mais de 1.300 pessoas foram atendidas por ferimentos causados por linhas cortantes, um aumento de 139% em relação ao ano anterior. A Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM) alerta que cerca de 25% dos acidentes com linha chilena são fatais, principalmente entre motociclistas.
A prática é proibida no Estado de São Paulo pela Lei nº 17.201/2019, que veta a fabricação, venda e uso de cerol e linha chilena. O uso pode configurar crime, com base nos artigos 132 e 278 do Código Penal. Em Mongaguá, a Lei Municipal nº 1.793/1998 também proíbe qualquer tipo de linha cortante.
Além disso, desde setembro de 2025, torneios e campeonatos de pipas só podem ocorrer em áreas previamente autorizadas pela Prefeitura. A realização em vias públicas, praças, parques ou locais próximos à rede elétrica é proibida, com aplicação de multa e apreensão do material.
O secretário de Segurança Municipal, coronel Argeo Rodrigues, destacou o risco da prática. “Nossa prioridade é preservar vidas. O que parece uma brincadeira de fim de semana é, na verdade, um crime que coloca toda a população em perigo. A fiscalização seguirá intensificada nos próximos fins de semana”, afirmou.
A população pode colaborar com denúncias pelo telefone da GCM: (13) 3448-1011.
