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Um incêndio de grandes proporções atingiu na quarta-feira (26) um complexo residencial com oito torres no distrito de Tai Po, em Hong Kong, deixando ao menos 55 mortos, 72 feridos e cerca de 279 pessoas desaparecidas, segundo autoridades locais. O fogo, considerado o mais mortal na cidade em três décadas, continuava sendo combatido nesta quinta-feira (27).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, dezenas de vítimas ainda permanecem presas nos prédios, enquanto os trabalhos de resgate continuam. O incêndio começou por volta das 14h51 do horário local (3h51 de Brasília), mobilizando centenas de agentes e levando o Departamento de Bombeiros a elevar o alerta para o nível 5 — o mais alto da escala.
A polícia informou que o fogo se espalhou com rapidez incomum, possivelmente devido a telas de construção verdes e andaimes de bambu instalados durante uma reforma no local. Além disso, placas de poliestireno bloqueando janelas podem ter agravado a situação. Quatro dos oito blocos foram completamente tomados pelas chamas, e apenas um prédio não foi atingido.
Entre os feridos, há vítimas com queimaduras e lesões por inalação. Pelo menos 51 pessoas morreram no local, enquanto outras 4 não resistiram após serem levadas ao hospital. Um bebê e uma mulher idosa estão entre os resgatados.
Três homens ligados à construtora responsável pela reforma foram presos por suspeita de homicídio culposo, incluindo dois diretores e um consultor de engenharia. Segundo a superintendente da polícia Eileen Chung, as telas utilizadas na obra não cumpriam os padrões de segurança contra incêndio. “Temos motivos para acreditar que os responsáveis da empresa foram extremamente negligentes, o que levou a este acidente”, afirmou.
A tragédia forçou o fechamento de uma seção da rodovia Tai Po e provocou desvios de várias linhas de ônibus. A polícia isolou dois quarteirões ao redor do complexo, liberados posteriormente.
Este é o incêndio mais grave desde 1996, quando 41 pessoas morreram em um fogo causado por reformas internas. O uso de andaimes de bambu — tradicional na arquitetura local — tem sido alvo de críticas e redução progressiva, especialmente após 22 mortes de trabalhadores entre 2019 e 2024.
As autoridades seguem investigando as causas exatas do incêndio e prometem revisar normas de segurança em obras e edifícios altos.
