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A Justiça do Peru condenou nesta quarta-feira (26) o ex-presidente Martín Vizcarra a 14 anos de prisão por corrupção.
Créditos: Reuters
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A Justiça do Peru condenou nesta quarta-feira (26) o ex-presidente Martín Vizcarra a 14 anos de prisão por corrupção. O político de centro-esquerda foi considerado culpado de ter recebido cerca de US$ 676 mil (aproximadamente R$ 1,69 milhão à época) de empreiteiras em troca de concessão de obras públicas quando era governador da região de Moquegua, no sul do país, entre 2011 e 2014.

Segundo a juíza Fernanda Ayasta, que leu a sentença no Quarto Juizado Penal Colegiado Nacional, Vizcarra “cometeu atos ilícitos, aproveitando seu cargo como presidente regional, condicionando os proponentes para outorgar-lhes parecer favorável em troca de dinheiro”. Durante o julgamento, iniciado em outubro de 2024, o ex-presidente negou as acusações e afirmou ser alvo de perseguição política.

Vizcarra, de 62 anos, acompanhou a leitura da sentença no tribunal de Lima sem demonstrar reação. Após a decisão, foi transferido à prisão especial para ex-presidentes, localizada em uma base policial na zona leste da capital, onde já estão detidos Pedro Castillo (2021–2022), Ollanta Humala (2011–2016) e Alejandro Toledo (2001–2006).

Durante sua presidência, entre 2018 e 2020, Vizcarra foi um defensor declarado da luta anticorrupção. Ele chegou ao cargo após a renúncia de seu antecessor, mas foi removido pelo Congresso dois anos depois, em meio a investigações semelhantes às que agora resultaram em sua condenação. Em 2021, foi o mais votado para o Congresso, mas teve seu mandato barrado por decisão legislativa, que o proibiu de exercer cargos públicos por 10 anos devido à dissolução do Parlamento em 2019.

A defesa do ex-presidente afirmou que recorrerá da decisão. “Vamos tomar todas as medidas legais correspondentes”, declarou o advogado Erwin Siccha.

A condenação de Vizcarra reforça o histórico recente de instabilidade política no Peru. Desde 2018, o país teve seis presidentes e mantém, atualmente, quatro ex-líderes detidos por acusações relacionadas à corrupção ou rebelião.

Seu irmão mais velho, Mario Vizcarra, pretende concorrer à presidência em 2026 pelo partido “Peru Primeiro”, no qual Martín atua como conselheiro.

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