O sogro de um dos suspeitos presos pelo assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi detido após prestar depoimento na sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo. Ele havia sido chamado como testemunha nas investigações sobre o crime, mas teve a prisão decretada por conta de um mandado em aberto por não pagamento de pensão alimentícia.

A detenção aconteceu na última terça-feira (4), em desdobramento da prisão de Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, conhecido como Penélope ou Fiel, apontado como o décimo envolvido no crime. Ele foi capturado em São Paulo na segunda-feira (3) e é suspeito de participar da perseguição ao ex-delegado a bordo de um veículo Logan branco, além de ter convocado os executores.

O assassinato ocorreu em 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral paulista. Ruy Ferraz, que atuava como secretário de Administração da prefeitura local após se aposentar da Polícia Civil, foi morto com ao menos 12 tiros de fuzil ao sair do trabalho. A investigação aponta a participação do crime organizado na execução, com a identificação de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) entre os suspeitos.

Até o momento, dez pessoas foram presas, incluindo responsáveis pela logística, fornecimento de armas, transporte e envolvimento direto no ataque. Três casas em Praia Grande teriam sido usadas como base de apoio pelos criminosos. Outras duas pessoas já foram identificadas e estão foragidas, enquanto um suspeito morreu em confronto com a polícia no Paraná, no fim de setembro.

O ex-delegado acumulava mais de quatro décadas de atuação na Polícia Civil, tendo se destacado em operações contra o crime organizado. A motivação principal do crime, segundo as autoridades, pode estar ligada a represálias da facção. Outra linha de investigação considera sua atuação como gestor público em Praia Grande como possível motivo do atentado.