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A megaoperação realizada nesta terça-feira (28), nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, já é considerada a mais letal...
Créditos: Rafael Campos/Governo do RJ e Reuters/Adriano Machado
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A megaoperação realizada nesta terça-feira (28), nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, já é considerada a mais letal da história do estado, com saldo de 64 mortos — incluindo quatro policiais — e 81 presos. Mais do que números, a ação acentuou a disputa política entre o governador Cláudio Castro (PL) e o governo federal, colocando a segurança pública no centro da corrida eleitoral para 2026.

Em entrevista coletiva, Castro classificou a operação como “a maior da história das polícias do Rio” e acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de omissão diante da escalada da violência. “Fomos deixados sozinhos”, afirmou o governador, que também reclamou da falta de apoio federal para o uso de blindados e da resistência do Planalto à adoção de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

A resposta do governo federal veio em múltiplas frentes. Enquanto Lula estava em voo da Malásia para o Brasil, ministros como Ricardo Lewandowski (Justiça), Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, negaram qualquer omissão. Lewandowski afirmou que não houve solicitação formal de apoio para a operação: “Não recebi nenhum pedido do governador”.

Na noite de terça, Rui Costa, Gleisi, Alckmin e outros ministros se reuniram emergencialmente em Brasília para debater a crise de segurança no estado. O primeiro compromisso de Lula ao desembarcar no Brasil será tratar do tema com Rui Costa. Também está sendo negociada uma reunião com Cláudio Castro.

O Ministério da Justiça divulgou nota dizendo que o governo federal tem atendido todas as solicitações do Rio de Janeiro relativas à Força Nacional, incluindo 11 renovações de apoio desde 2023. A pasta reiterou que o diálogo institucional permanece aberto.

A ofensiva no Rio aconteceu a menos de um ano das eleições gerais de 2026 e reacendeu o debate sobre segurança pública, que lidera o ranking de preocupações da população. Segundo levantamento da Genial/Quaest de outubro, 30% dos brasileiros apontam a violência como maior temor, à frente de problemas sociais (18%), economia (16%), corrupção (14%) e saúde (11%).

Contexto da operação

A ação envolveu cerca de 2.500 agentes da Polícia Civil, Polícia Militar e do Ministério Público do Rio de Janeiro. O objetivo foi desarticular o Comando Vermelho (CV), principal facção do tráfico no estado. Durante os confrontos, criminosos ergueram barricadas, lançaram explosivos por drones e abriram fogo, o que gerou pânico entre os moradores e interrompeu serviços essenciais.

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