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Minutos antes de ser atingido durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, o 3º sargento do Bope Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, enviou à esposa uma mensagem pelo WhatsApp: “Estou bem. Continue orando.” Horas depois, a família recebeu a notícia de sua morte. A troca de mensagens foi publicada pela viúva nas redes e repercutiu nacionalmente.
Segundo relatos, a conversa ocorreu na manhã de terça-feira (28). A esposa disse que estava orando e pediu notícias em meio às informações de confrontos e feridos. Heber respondeu de forma breve, reforçando o pedido de oração — e não voltou a responder. As mensagens circularam enquanto as equipes avançavam por áreas de mata nos dois complexos.
A morte de Heber ocorreu durante a Operação Contenção, ação integrada das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho. O governo do estado confirmou quatro policiais mortos — entre eles dois do Bope — e classificou a ofensiva como a mais letal da história fluminense. Enquanto um balanço oficial registrava 64 mortes até o fim de terça-feira, atualizações nesta quarta (29) indicaram números superiores. As circunstâncias seguem em apuração.
Colegas de farda e familiares publicaram homenagens ao sargento, lembrado pelos 17 anos de serviço e por passagens em operações de alto risco. Em depoimentos, amigos destacaram o tom sereno das últimas palavras e a fé evocada no meio do confronto. Para a viúva, ficou a memória da conversa interrompida e da frase que atravessou o caos daquela manhã: “continue orando.”
