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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou nesta quarta-feira (29) como um “sucesso” a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. A ação, a mais letal da história do estado, já soma ao menos 132 mortos segundo a Defensoria Pública, mas o governador reconhece oficialmente apenas 58 mortes — sendo 54 suspeitos de crimes e 4 policiais.
Durante coletiva de imprensa, Castro declarou que “de vítimas, só tivemos os policiais”. Segundo ele, o principal indício de que os demais mortos eram criminosos é o fato de os confrontos terem ocorrido em áreas de mata. “Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação”, afirmou.
Apesar de relatos de moradores e imagens que mostram ao menos 64 corpos sendo levados por civis à Praça São Lucas, no Complexo da Penha, o governador evitou comentar a disparidade entre os números divulgados oficialmente e os apresentados por organizações e testemunhas. “Não vamos entrar em guerra de números”, disse. Castro justificou que a contagem oficial só considera corpos que entram no Instituto Médico Legal (IML).
O governador destacou ainda que o planejamento da operação durou cerca de um ano, e que recebeu apoio de outros governadores, como Eduardo Leite (RS), Ibaneis Rocha (DF) e Tarcísio de Freitas (SP). “A população quer uma solução para o dia a dia. O nosso recado é: soma ou suma”, afirmou, em crítica ao que chamou de tentativa de politização do episódio por parte de ministros do governo federal.
Ao lamentar as mortes dos quatro agentes de segurança pública, Castro disse ter prestado apoio às famílias das vítimas e destacou o profissionalismo dos policiais envolvidos. “A gente não fica aqui chorando, a gente fica trabalhando”, concluiu.
