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Empresária de 37 anos foi presa em flagrante sob suspeita de chefiar uma organização criminosa que comercializava ilegalmente medicamentos para emagrecimento em São Vicente, litoral de São Paulo. A operação da Polícia Civil também prendeu uma enfermeira de 36 anos e um entregador de 57. Todos foram liberados após audiência de custódia, mas seguem respondendo judicialmente.
As investigações começaram após uma denúncia anônima. Nas redes sociais, a empresária promovia os remédios Mounjaro e Ozempic, disponíveis para retirada em sua perfumaria localizada em um shopping da cidade. O boletim de ocorrência revelou que ela usava um grupo de WhatsApp para dar “suporte” aos clientes com auxílio de supostos profissionais da saúde, ainda não identificados.
A mulher detalhava o funcionamento do esquema em vídeos, afirmando que levava ao local apenas os produtos do dia para evitar perdas em caso de operação policial. Também mencionava uma jovem de 18 anos como sócia e responsável pelas entregas.
Durante a apuração, os policiais descobriram que a empresária havia sido advertida pela administração do shopping por vender produtos fora do escopo autorizado. A suspeita ainda teria viajado até a fronteira com Paraguai e Argentina entre os dias 15 e 18 de outubro para adquirir os medicamentos, que não possuem certificação de origem ou qualidade.
No dia 20, agentes flagraram a atuação da jovem citada como sócia e da enfermeira dentro da loja. No dia seguinte, retornaram ao local e encontraram a empresária com mais medicamentos embalados para entrega, além de perfumes sem nota fiscal. No lixo, havia ampolas usadas de canetas emagrecedoras.
O entregador foi abordado na saída do shopping com uma sacola contendo uma ampola de Mounjaro e itens para aplicação. Em sua residência, os policiais apreenderam ainda estimulantes sexuais, cadernos com registros de vendas e um extrato dos Correios, sugerindo envio para outras cidades.
Na casa da empresária, mais medicamentos e embalagens com gel refrigerado foram encontrados, além de seu celular.
Durante depoimento, a empresária admitiu ter adquirido os remédios no Paraguai, mas negou a comercialização, alegando uso pessoal e para amigas. A enfermeira se disse apenas amiga da empresária e negou envolvimento. O entregador afirmou que desconhecia o conteúdo das entregas.
Outras duas mulheres mencionadas nas publicações não foram localizadas, mas foram indiciadas. A Justiça concedeu liberdade provisória ao trio com medidas restritivas, como a proibição de se ausentar da comarca por mais de 10 dias sem autorização.
