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Há anos vejo figuras influentes criticarem o futebol europeu devido ao fato dos campeonatos nacionais serem “disputados” por apenas dois ou, no máximo, três clubes. Coincidentemente – ou não – chegamos à reta final do Campeonato Brasileiro de 2025 justamente nesse mesmo cenário.
A 29ª rodada promete mais drama, com líder e vice-líder se enfrentando em uma verdadeira “final antecipada”. Em um torneio de pontos corridos, o que deveria distribuir emoção entre várias equipes se concentra agora em um duelo que praticamente define o campeão.
O histórico recente deixa pouco espaço para surpresas. Entre 2016 e 2024, Palmeiras e Flamengo dominaram a maior parte das edições, alternando títulos e reforçando a ideia de que, hoje, a disputa pelo Brasileirão se restringe a quem tem melhor estrutura e investimento – o que, de certa forma, é justo.
O efeito dessa concentração vai além do campo. Clubes historicamente competitivos ficam presos a um papel secundário, disputando posições intermediárias ou escapando do rebaixamento. A disputa se restringe: há talento espalhado, mas pouco espaço para transformar desempenho em taça.
O cenário atual deixa claro que o Brasileirão, antes famoso pela imprevisibilidade, hoje se aproxima do modelo europeu: títulos praticamente decididos entre os mesmos clubes ano após ano. A profissionalização garantiu maior eficiência aos campeões, mas roubou do torneio a emoção do nosso campeonato nacional.