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A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, María Corina Machado, afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “iniciou uma guerra” contra o próprio povo e pediu ajuda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o conflito. A declaração foi dada em entrevista à CNN na quarta-feira (15), um dia após Washington confirmar a autorização para operações secretas da CIA em território venezuelano.
“Maduro iniciou essa guerra, e precisamos da ajuda do presidente dos Estados Unidos para pará-la, porque isso envolve vidas humanas”, afirmou a líder da oposição. Machado alega que o regime chavista declarou “guerra ao povo venezuelano” após as eleições de 2024, nas quais, segundo ela, o opositor Edmundo González venceu “com ampla vantagem”.
De acordo com os resultados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral, Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44,2% de González. A oposição, porém, denuncia fraude e afirma que o governo usa o aparato militar e o controle institucional para se manter no poder.
Durante a entrevista, Corina acusou Maduro de comandar “uma estrutura criminosa de narcoterrorismo” financiada pelo tráfico de drogas, de ouro, de armas e até de pessoas. “Precisamos cortar esses fluxos, porque é isso que o regime usa para reprimir o povo e expandir suas atividades criminosas”, disse.
Questionada sobre se pedia uma intervenção militar direta dos EUA, Machado evitou uma resposta clara, mas afirmou que deseja reduzir a influência de países como Rússia, China, Cuba e Irã sobre o governo venezuelano, que, segundo ela, transformou o país em um “porto seguro para organizações terroristas”.
A Nobel da Paz também dedicou o prêmio a Donald Trump, dizendo que o republicano “tem liderado com coragem os esforços para restaurar a liberdade na Venezuela”. “É absolutamente justo dedicar o prêmio ao presidente Trump. Maduro tornou a Venezuela uma ameaça real à segurança nacional dos Estados Unidos e ao hemisfério”, declarou.
Machado elogiou as ações recentes de Washington, como a interceptação de navios ligados ao tráfico de drogas e o endurecimento das sanções contra o regime chavista. “Nós vamos transformar a Venezuela de um centro criminoso para um centro de energia, que trará prosperidade e segurança ao nosso povo e ao mundo”, concluiu.
A entrevista ocorreu poucas horas depois de Trump confirmar que autorizou a CIA a conduzir operações letais na Venezuela, medida que marca uma nova fase de pressão sobre o governo Maduro. O The New York Times revelou que as ações poderão incluir operações terrestres e ataques coordenados com forças militares americanas. Autoridades da Casa Branca afirmam que o objetivo final é retirar Nicolás Maduro do poder.