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Uma adolescente de 16 anos segue internada em estado grave após intoxicação por metanol em Mongaguá, no litoral de São Paulo. A confirmação foi divulgada pela Prefeitura nesta terça-feira (14), com base em critérios clínicos e no resultado positivo para a presença da substância em exame de urina.
A jovem deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade na manhã de 28 de setembro. Diante da gravidade do quadro clínico, foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Itanhaém, onde permanece sob cuidados intensivos, com prognóstico reservado.
O metanol é um tipo de álcool com uso industrial, presente em solventes e produtos químicos. Altamente tóxico, ele se transforma no organismo em compostos que podem causar danos severos à medula, cérebro e nervo óptico, além de comprometer órgãos como pulmões e rins. Os sintomas iniciais incluem náuseas, vômitos, dor de cabeça, tontura e alterações visuais, como visão turva ou perda parcial da visão. Em casos mais graves, pode levar à cegueira, coma e até à morte.
Inicialmente, o município havia descartado a suspeita de intoxicação por metanol, mas a evolução do quadro clínico da paciente levou à reabertura da investigação. Um novo exame foi solicitado, e mesmo antes da confirmação, o antídoto foi requisitado para a unidade de saúde.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o caso segue sendo monitorado de perto, enquanto outras ocorrências semelhantes são investigadas em municípios da região.
De acordo com o balanço mais recente da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, divulgado também nesta terça-feira (14), a Baixada Santista tem cinco casos descartados e três ainda sob investigação relacionados à possível intoxicação por metanol. Os casos descartados ocorreram em Cubatão (1), Mongaguá (2), Praia Grande (1) e São Vicente (1). Os suspeitos em análise são de Praia Grande, Santos e São Vicente.
A ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol tem causado diversas internações e até mortes em diferentes regiões do país. As autoridades de saúde recomendam que qualquer pessoa que apresente sintomas incomuns após consumir bebida alcoólica procure atendimento médico imediato. O etanol farmacêutico é utilizado como antídoto, pois impede a conversão do metanol em ácido fórmico — composto ainda mais tóxico. A intervenção médica nas primeiras seis horas após os sintomas é considerada essencial para evitar complicações graves.