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A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (14), o influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, e o empresário Rodrigo Morgado durante a Operação Narco Bet, que visa desmantelar uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro ligada ao tráfico internacional de drogas.
A operação cumpre 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em Santos (SP), ao menos três mandados estão sendo executados. Também foram apreendidos carros de luxo importados, joias e grandes quantias em dinheiro vivo. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões.
De acordo com a Polícia Federal, a organização utilizava técnicas sofisticadas de movimentação financeira, incluindo o uso de criptomoedas e remessas internacionais para disfarçar a origem ilícita dos recursos. Parte dos valores teria sido desviada para empresas ligadas a plataformas de apostas eletrônicas, conhecidas como “bets”.
A ação conta com o apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA), que executou uma medida cautelar de prisão contra um dos investigados atualmente no país europeu.
Os presos
Buzeira, que acumula mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais, ficou conhecido por ostentar uma rotina de luxo, com fotos de dinheiro e festas. Em março, ele publicou nas redes que perdeu R$ 1 milhão em uma noite de pôquer na casa de Neymar Jr., divulgando até um recibo da perda. Ele foi detido em Igaratá, no interior de São Paulo. Até o momento, sua defesa não se manifestou.
Rodrigo Morgado também já havia sido preso pela PF durante a Operação Narco Vela, em abril, quando foi detido por porte ilegal de arma. Na ocasião, veículos de luxo também foram apreendidos, mas o empresário foi solto quatro dias depois, após firmar um acordo judicial.
Origem da investigação
A Narco Bet é um desdobramento da Operação Narco Vela, iniciada após a apreensão de três toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro próximo à costa africana, em fevereiro de 2023. A investigação revelou um esquema internacional de tráfico que utilizava embarcações como lanchas rápidas, pesqueiros e veleiros para transportar drogas do Brasil à África e Europa. O comando da quadrilha estaria sediado na Baixada Santista.
Até o momento, oito toneladas de cocaína foram apreendidas, segundo a PF. As embarcações eram monitoradas por satélite e operavam em alto-mar, onde a droga era transferida entre diferentes barcos.
Na fase anterior da operação, em abril, mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares cumpriram mandados em cinco estados e também em países como Estados Unidos, Itália e Paraguai.
Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação internacional.