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A dor de uma família de Guarujá, no litoral de São Paulo, ganhou as redes sociais neste Dia das Crianças. Yohan Gustavo, de apenas 1 ano, morreu em 8 de outubro após complicações que, segundo os pais, poderiam ter sido evitadas com um atendimento adequado. A família agora pede justiça.
O bebê deu entrada no Pronto-Socorro Infantil da Avenida São João, em Vicente de Carvalho, no dia 6 de outubro, por volta das 22h40. Segundo a mãe, Alenne Nayjara da Silva, o menino apresentava fortes dores na barriga, vômitos e dificuldade para evacuar.
Mesmo com o quadro grave e evidente desconforto da criança, nenhum exame foi solicitado. O médico teria apenas apalpado o abdômen do bebê e concluído que se tratava de gases presos. Ainda conforme relato da mãe, o profissional chegou a pedir que o pai procurasse por Luftal na enfermaria — medicamento que nem sequer existia na unidade.
Seis medicamentos foram prescritos, incluindo uma vitamina para anemia, mesmo com Yohan sendo um bebê saudável, sem histórico clínico que justificasse essa recomendação. A família deixou o pronto-socorro por volta da meia-noite e seguiu as orientações recebidas.
No entanto, cerca de 26 horas depois, na madrugada do dia 8, Yohan apresentou tremores e olhar fixo — sintomas que depois foram identificados como uma convulsão. Os pais o levaram imediatamente ao PAM da Rodoviária, na Avenida Santos Dumont, onde a equipe médica tentou reanimá-lo, mas sem sucesso.
O laudo médico apontou insuficiência respiratória aguda, abdômen agudo obstrutivo e intussuscepção intestinal — uma obstrução que, segundo os pais, poderia ter sido diagnosticada com um simples exame de raio-x. O médico que atendeu a criança na segunda unidade se surpreendeu ao saber que nenhum exame havia sido realizado no primeiro atendimento e com a quantidade de medicamentos prescritos.
“Foram 26 horas entre receber alta sem exames e perder o nosso bebê para sempre”, escreveu a mãe, em uma carta aberta publicada nas redes sociais.
Abalada, ela afirma que a dor se transformou em luta. “Nenhum pai e nenhuma mãe deveriam enterrar um filho por erro de quem jurou salvar vidas. Queremos que a história do Yohan sirva de alerta: peçam exames, questionem, não aceitem descaso.”
A família agora busca responsabilização do profissional envolvido, para que outras vidas não corram o mesmo risco. “Acreditamos naquele médico. Fizemos tudo o que ele mandou. E perdemos o nosso filho. Lutamos por Yohan, e por todas as crianças que ainda podem ser salvas”, desabafa a mãe.