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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta quarta-feira (1º/10) a China de reduzir deliberadamente as compras de soja norte-americana como estratégia de negociação, e prometeu medidas emergenciais para socorrer os produtores rurais afetados. A declaração ocorre em meio à crescente crise comercial entre os dois países, marcada por tarifas e retaliações.
Em publicação nas redes sociais, Trump afirmou que os agricultores estão sendo prejudicados pelas decisões de Pequim e que utilizará parte do dinheiro arrecadado com tarifas sobre produtos chineses para apoiar os produtores. “Nunca vou deixar nossos agricultores na mão”, escreveu o republicano, que também culpou o ex-presidente Joe Biden por não garantir o cumprimento do acordo comercial firmado com a China em gestões anteriores.
Segundo Trump, a crise será um dos principais temas de sua próxima reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, agendada para daqui a quatro semanas.
A China foi responsável por mais de US$ 12 bilhões em compras de soja dos Estados Unidos em 2024, mas zerou as importações em setembro de 2025, como resposta às tarifas impostas por Washington. Atualmente, produtos chineses enfrentam uma tarifa de 30% para entrar no mercado norte-americano, enquanto os produtos dos EUA pagam 10% na China. Pequim condiciona a retomada do comércio à suspensão das “taxas irracionais”.
Com a redução nas compras, países como Brasil e Argentina ampliaram sua participação no mercado chinês. O governo argentino chegou a suspender temporariamente impostos sobre exportações de soja para estimular as vendas.
Nos Estados Unidos, a suspensão das compras pela China provocou forte impacto no setor agrícola. Em alguns estados, até 60% da produção de soja tem como destino a Ásia. Agricultores relatam risco de falência, falta de armazéns para estocar os grãos e dificuldades com mão de obra, agravadas pela repressão migratória. A inflação também tem pressionado o custo de produção.
Trump garantiu que o valor das tarifas arrecadadas será revertido para a criação de um fundo de auxílio emergencial. “Vamos repassar aos nossos fazendeiros até que as tarifas passem a beneficiá-los”, prometeu.