A Polícia Militar, o Ministério Público de São Paulo e a Secretaria da Fazenda deflagraram nesta quinta-feira (25) a Operação Spare, voltada ao combate a uma organização criminosa envolvida com fraudes fiscais, lavagem de dinheiro, exploração de jogos de azar e adulteração de combustíveis. A ação mobilizou mais de 110 agentes e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo (19), Santo André (2), Barueri, Campos do Jordão, Osasco e Bertioga.

Em Bertioga, os mandados tiveram como alvo imóveis e estabelecimentos comerciais suspeitos de integrarem a rede de empresas usadas para lavar dinheiro do crime organizado. Segundo a Receita Federal, o grupo movimentou mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas pagou apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais — o equivalente a 0,1% do total movimentado.

O principal alvo da operação é Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, suspeito de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro por meio de cerca de 400 postos de combustíveis, sendo 200 diretamente ligados a ele e seus associados. Além disso, o grupo também operava em setores como hotelaria, franquias e imóveis, mantendo contabilidade paralela para ocultar patrimônio.

Carbono Oculto

A Operação Spare é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que revelou conexões do Primeiro Comando da Capital (PCC) com fraudes no setor de combustíveis e fintechs financeiras da região da Faria Lima, em São Paulo. O Ministério Público afirmou que as medidas de hoje haviam sido inicialmente negadas pela Justiça de 1ª instância e só foram autorizadas após recurso ao Tribunal de Justiça.

As autoridades destacam que a operação reforça a cooperação entre forças policiais, órgãos de controle e fiscalização para enfrentar crimes que prejudicam a economia e colocam em risco o consumidor.