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A Casa Branca divulgou nesta quarta-feira (24) imagens da nova galeria presidencial instalada na Colunata da Ala Oeste, e um detalhe inusitado chamou atenção: uma caneta automática foi colocada no lugar da foto oficial de Joe Biden. A substituição é interpretada como uma ironia feita pelo governo do atual presidente, Donald Trump, ao uso do equipamento durante o mandato de seu antecessor.
O registro da galeria mostra Trump observando os quadros da recém-inaugurada “calçada da fama presidencial”, onde tradicionalmente constam os retratos oficiais dos ex-presidentes dos Estados Unidos. No entanto, entre as duas fotos do próprio Trump, aparece a imagem de um autopen — dispositivo que reproduz assinaturas automaticamente.
A publicação, feita no perfil oficial da Casa Branca, foi reforçada por um vídeo compartilhado pela assessora de comunicação Margo Martin. Na gravação, ela exibe os retratos dos ex-presidentes e encerra com a imagem da caneta, acompanhada de emojis sugestivos e da frase: “Aguarde por isso…🖊️👀”.

O uso do autopen por Biden ganhou repercussão em janeiro, no fim de seu mandato, quando o democrata autorizou uma série de perdões presidenciais. Na época, Trump e aliados alegaram que o então presidente estaria inapto para tomar decisões e que os perdões haviam sido assinados por auxiliares sem consentimento direto.
Embora Biden tenha admitido ter utilizado o dispositivo, afirmou que todas as ordens foram dadas por ele, inclusive verbalmente. O recurso teria sido adotado por conta do volume de documentos a serem assinados em pouco tempo.
Apesar disso, Trump ordenou uma investigação formal sobre os atos assinados com o autopen. A procuradora-geral Pam Bondi e o conselheiro da Casa Branca, David Warrington, foram designados para conduzir o processo. Além disso, o Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes solicitou depoimentos por escrito de cinco ex-assessores do governo democrata.
Trump, que reassumiu a presidência após vencer as últimas eleições, insiste que Biden não estava em plenas condições cognitivas nos meses finais do mandato. A acusação, entretanto, contraria laudos médicos divulgados na época, que atestaram a capacidade do democrata para o exercício do cargo.
A decisão de substituir o retrato de Biden por uma caneta automática na galeria presidencial amplia a tensão entre os dois líderes e reforça a narrativa adotada pelo atual governo sobre a condução do país nos últimos meses da gestão anterior.