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O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi executado a tiros em 15 de setembro, em Praia Grande. Desde então, três pessoas foram presas por suspeita de envolvimento. A seguir, quem são, como caíram e o que a polícia afirma ter encontrado até agora.
Dahesly Oliveira Pires
Presa na quinta-feira, 18 de setembro, na Grande São Paulo. A investigação aponta que ela atuou na logística do crime, especialmente no transporte de um fuzil utilizado na execução. Segundo a polícia, Dahesly teria sido enviada para buscar a arma na Baixada e levá-la ao ABC, integrando a cadeia de apoio que sustentou a ação. A prisão foi temporária, decretada pela Justiça, e ela segue investigada.
Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”
Detido na manhã de sexta-feira, 19 de setembro, no litoral paulista. É apontado como peça de apoio logístico, com suspeita de auxílio na fuga de integrantes logo após os disparos. De acordo com a investigação, “Fofão” conhecia o plano e teria articulado deslocamentos do grupo após a execução. Permanece preso enquanto a Polícia Civil aprofunda diligências sobre sua participação.
Rafael Marcell Dias Simões, o “Jaguar”
Morador de Santos, apresentou-se na madrugada de sábado, 20 de setembro, na Delegacia Sede de São Vicente, tornando-se o terceiro preso do caso. A polícia o aponta como um dos envolvidos na execução e o liga a um imóvel usado como “QG” em Praia Grande.
No histórico criminal, Jaguar já foi condenado por extorsão mediante sequestro e cumpriu pena no sistema prisional paulista, com posterior progressão ao semiaberto. Em determinado momento, perdeu o benefício por falta disciplinar, mas a decisão foi revertida em instância superior, e ele voltou a progredir.
A defesa nega participação e apresenta álibi: registro de ponto eletrônico no trabalho e a informação de que estava buscando a filha na escola no horário do crime. Após audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão temporária enquanto as apurações seguem.
Como a polícia chegou aos suspeitos: QG, vestígios e DNA
Os investigadores mapearam uma casa no Jardim Imperador, em Praia Grande, tratada como quartel-general do grupo. O local foi periciado e rendeu impressões digitais e material genético, o que ajudou a vincular nomes à circulação dentro do imóvel e ao planejamento do ataque.
Além do QG, houve coleta de vestígios em veículos que teriam sido usados na ação e no apoio à fuga. Entre esses vestígios está o DNA — o termo, aqui, significa traços biológicos como células de pele, suor, saliva, fios de cabelo ou sangue.
Em laboratório, peritos extraem o DNA e montam um perfil genético, que é comparado com o de investigados ou com bancos de perfis, quando autorizado. Esse tipo de evidência indica presença e contato com o objeto ou ambiente analisado e ganha força quando é cruzada com outras provas, como imagens de câmeras, rotas de fuga reconstruídas, boletins de ocorrência, reconhecimentos e quebras de sigilo determinadas pela Justiça.
A partir desse mosaico — QG periciado, vestígios em carros e trilhas de deslocamento — a polícia sustenta a linha de investigação que levou às três prisões e segue trabalhando para identificar e prender os demais envolvidos.