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O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve neste domingo (14) no Hospital DF Star, em Brasília, para realizar um procedimento cirúrgico que já estava previamente agendado. A intervenção consistiu na remoção de oito lesões de pele, localizadas no tronco e no braço direito. O material foi enviado para análise anatomopatológica e o resultado deve orientar se há necessidade de novos cuidados.
Uma das lesões retiradas era um nevo melanocítico do tronco, pinta que em geral é benigna. Porém, outras foram classificadas como neoplasias de comportamento incerto, ou seja, ainda não é possível determinar se são benignas ou malignas. Por isso, todas foram enviadas para biópsia, a fim de esclarecer a natureza das alterações cutâneas.
Segundo a equipe médica, a cirurgia ocorreu sob anestesia local e sedação leve, sem intercorrências. Após a intervenção, Bolsonaro deixou o hospital no mesmo dia.
Equipe médica aponta saúde “bastante fragilizada”
O cirurgião Cláudio Birolini, que acompanha Bolsonaro desde o atentado a faca em 2018 e seus desdobramentos médicos, explicou que o procedimento dermatológico estava dentro da rotina de acompanhamento clínico e reforçou que não houve complicações.
Birolini acrescentou que, durante a internação, exames laboratoriais e de imagem revelaram alterações que exigem atenção da equipe. Entre elas, uma anemia por deficiência de ferro e a presença de sinais residuais de pneumonia decorrente de broncoaspiração.
O médico destacou ainda que Bolsonaro se encontra bastante fragilizado, consequência do histórico de múltiplas internações e procedimentos nos últimos anos. Esse quadro, segundo ele, exige cuidados redobrados e acompanhamento constante.
Resposta aos diagnósticos
A anemia ferropriva, diagnosticada em Bolsonaro, é causada pela baixa quantidade de ferro no organismo. O ferro é essencial para a produção de hemoglobina, proteína que transporta oxigênio no sangue. Entre os sintomas estão cansaço, fraqueza e palidez. Para corrigir o quadro, o ex-presidente recebeu reposições de ferro por via intravenosa, tratamento comum em casos mais acentuados.
Já a pneumonia por broncoaspiração, apontada em exames de tomografia, ocorre quando pequenas partículas de alimentos ou líquidos entram nos pulmões durante a deglutição, podendo causar inflamações. Segundo a equipe médica, trata-se de um quadro residual, sem gravidade no momento, mas que exige cuidados para evitar complicações futuras.
Tratamento e prevenção
O boletim recomenda que Bolsonaro siga o acompanhamento para hipertensão arterial e refluxo gastroesofágico, condições já conhecidas em seu histórico. A equipe também destacou a importância de medidas preventivas para evitar novos episódios de broncoaspiração, como ajustes alimentares e cuidados na rotina.
Atualmente, Bolsonaro segue em prisão domiciliar, medida imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto responde a processos relacionados aos atos de 8 de janeiro. A expectativa é de que os próximos passos do julgamento definam se ele continuará em regime domiciliar, se poderá ter a pena flexibilizada ou se enfrentará medidas mais severas diante das acusações.