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A polícia dos Estados Unidos prendeu nesta sexta-feira (12) Tyler Robinson, de 22 anos, acusado de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk. A captura ocorreu em Utah, no terceiro dia de buscas conduzidas pelo FBI e autoridades locais, que mobilizaram centenas de agentes em uma operação de grande escala.
Segundo informações do governo do estado, a prisão só foi possível porque amigos e familiares do suspeito colaboraram com a investigação. Robinson teria confessado o crime a pessoas próximas, que decidiram comunicar a polícia. Ele não tinha vínculo com a Universidade Utah Valley, local do ataque, mas foi até o campus no dia do evento em que Kirk participava e, após o disparo, trocou de roupa e fugiu a pé.
O diretor-geral do FBI, Kash Patel, afirmou que já existem provas físicas que ligam Robinson ao assassinato, embora o indiciamento formal ainda esteja em andamento. As autoridades também investigam mensagens encontradas nas redes sociais do suspeito, onde ele fazia referências ao uso de fuzis e munições, além de inscrições gravadas em armamentos localizados.
Charlie Kirk, de 31 anos, foi atingido por um disparo no pescoço enquanto participava de um debate com estudantes no campus universitário, na quarta-feira (10). O tiro, disparado de um telhado a quase 200 metros de distância, foi fatal. Um fuzil de alta potência foi encontrado em uma área próxima, considerada rota de fuga do atirador.
Durante as buscas, o FBI entrevistou mais de 200 pessoas e analisou cerca de 7 mil pistas. A agência chegou a oferecer uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levassem ao autor do crime. Imagens de um homem usando boné preto, óculos escuros e camiseta com estampa semelhante à bandeira dos Estados Unidos foram divulgadas, mas as autoridades não confirmaram se correspondem ao suspeito preso.
A morte de Kirk teve forte impacto político nos Estados Unidos. O ativista era conhecido por sua atuação como fundador da organização Turning Point USA, criada em 2012 para promover ideais conservadores entre jovens universitários. Reconhecido como aliado próximo de Donald Trump, era considerado peça importante na aproximação do eleitorado jovem com o movimento conservador.
O corpo de Kirk foi levado para Phoenix, Arizona, em avião oficial do vice-presidente JD Vance, que auxiliou no transporte do caixão. A viúva, Erika Kirk, acompanhou o traslado. Trump anunciou que concederá a Kirk a Medalha Presidencial da Liberdade, maior honraria civil do país.
O assassinato provocou comoção nacional e foi condenado tanto por apoiadores quanto por opositores políticos, em um raro momento de consenso em meio à polarização americana. Ainda assim, mensagens de ódio e teorias conspiratórias se espalharam nas redes sociais.
Charlie Kirk deixa dois filhos e era reconhecido como uma das principais vozes conservadoras da nova geração, influenciando o debate político nos campi universitários e fortalecendo o movimento conservador nos Estados Unidos.