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Movimentos sociais e partidos de esquerda organizaram manifestações neste domingo (7), feriado da Independência, em diversas cidades brasileiras, para protestar contra a anistia de envolvidos em atos golpistas e defender a soberania nacional. Os atos integraram a 31ª edição do Grito dos Excluídos, realizado anualmente no 7 de Setembro, e foram convocados como resposta às mobilizações promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em São Paulo, o protesto ocorreu na Praça da República e chegou a reunir cerca de 8,8 mil pessoas, conforme estimativa do Monitor do Debate Político, ligado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e à Universidade de São Paulo (USP), com apoio da organização More in Common. O evento teve participação de lideranças políticas como os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho), além de parlamentares como Guilherme Boulos (PSOL) e Érika Hilton (PSOL), e do presidente nacional do PT, Edinho Silva.

Mesmo com predominância da cor vermelha, símbolo tradicional da esquerda, muitos manifestantes usaram camisetas amarelas e da seleção brasileira. Entre os destaques visuais estavam uma bandeira nacional em tamanho gigante e um boneco inflável que retratava Bolsonaro como presidiário.
No Rio de Janeiro, os participantes exibiram faixas contra a anistia e também críticas ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Em Belo Horizonte, além da pauta contra a anistia, houve protestos contra as privatizações propostas pelo governador Romeu Zema e manifestações de solidariedade ao povo palestino em Gaza.
Outras capitais também registraram atos. Em Fortaleza, a passeata seguiu da Praça da Paz Dom Hélder Câmara até a comunidade Raízes da Praia. Em Goiânia, as faixas traziam mensagens como “quem manda no Brasil é o povo brasileiro” e pedidos por justiça fiscal, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxação dos super-ricos.
Em Brasília, o ato foi realizado na Praça Zumbi dos Palmares, com foco em mensagens em defesa da soberania nacional. Teresina, Recife e Maceió também tiveram manifestações com pautas semelhantes, incluindo críticas ao modelo de jornada 6×1, pedidos de plebiscito popular e defesa do meio ambiente e da democracia.
O Grito dos Excluídos é tradicionalmente uma plataforma de reivindicações populares no 7 de Setembro, e neste ano foi marcado por forte contraposição ao bolsonarismo e por temas ligados à justiça social, soberania e democracia.