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Padre denuncia ataque à Eucaristia: “Não dói pela porta do sacrário, mas pelo desrespeito ao sagrado”
A Comunidade Imaculada Conceição, no bairro Maringá I, em Uberaba (MG), foi alvo de um ato de profanação na madrugada de sábado (6). Um homem arrombou a capela do Santíssimo Sacramento e, ao tentar furtar objetos de valor, arrancou a porta do sacrário e jogou no chão a Reserva Eucarística — hóstias consagradas utilizadas na celebração da missa e levadas a doentes e idosos da comunidade.
O padre César Augusto, responsável pela comunidade, registrou o caso e fez um desabafo nas redes sociais, denunciando o episódio como um ato de desrespeito ao que há de mais sagrado na fé católica. “Dói o coração ver essa cena, mas preciso fazer essa denúncia. Não pela porta do sacrário, danos materiais… mas pelo desrespeito com aquilo que de mais sagrado há em nossa fé”, escreveu.
Em conversa com o ISN, o padre relatou que a capela já foi alvo de outros furtos anteriormente, como de fiação elétrica, mas esta foi a primeira vez em que ocorreu uma profanação. “Só comigo já registramos cerca de cinco boletins de ocorrência por furto, mas nunca havia acontecido isso. Quando é roubo, a gente se levanta e repõe. Mas a profanação machuca, toda a comunidade sente”, afirmou. Dessa vez, o homem roubou a porta de ferro do sacrário, que é pintada de dourado.
O líder religioso explicou que a Reserva Eucarística é composta por hóstias consagradas que ficam guardadas para serem levadas a fiéis enfermos ou com dificuldade de locomoção. “A Eucaristia, para nós católicos, é o bem mais precioso”, ressaltou.
O crime ocorreu justamente no dia em que a comunidade fará um evento para arrecadar fundos para a construção do salão comunitário da região. “Estamos promovendo algo para levar melhorias para a região e fomos surpreendidos por essa violência. É uma comunidade periférica, quase na saída para a BR-262, e precisa desse apoio”, completou o padre.
O pároco registrou a ocorrência e repassou as imagens para as autoridades que ainda não encontraram o suspeito. Nas imagens das câmeras de segurança mostra um homem magro passando pelas grades do portão da igreja, com uma sacola. Atos como o ocorrido podem ser enquadrados como crime de ultraje a culto religioso, conforme o Artigo 208 do Código Penal Brasileiro, que sendo julgado, a pessoa recebe uma pena de até três anos de reclusão. Quando envolvem profanação de objeto sagrado, o caso pode ser caracterizado como intolerância religiosa, especialmente se for comprovado dolo ou motivação discriminatória.