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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal por suspeita de fraude hipotecária contra Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed). Segundo documentos obtidos pela agência Reuters e confirmados por uma fonte próxima ao caso, grandes júris na Geórgia e em Michigan foram acionados para analisar as denúncias.
A apuração teve início após uma queixa formal apresentada por Bill Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional, nomeado pelo ex-presidente Donald Trump. Ele acusa Cook de ter declarado mais de um imóvel como residência principal ao solicitar hipotecas, prática que poderia garantir juros mais baixos. Cook possui propriedades em Michigan, Geórgia e Massachusetts.
A investigação está sendo conduzida por Ed Martin, escolhido pela procuradora-geral Pam Bondi como procurador-geral assistente especial dos EUA. O trabalho é realizado em conjunto com os escritórios dos procuradores federais do Distrito Norte da Geórgia e do Distrito Leste de Michigan.
Trump chegou a demitir Lisa Cook após as denúncias, decisão que foi contestada judicialmente pela diretora. Ela alega que declarou suas propriedades em formulários enviados à Casa Branca e ao Senado durante o processo de confirmação em 2022 e que eventuais inconsistências já eram conhecidas na época. Para a defesa, isso não justificaria a destituição de seu cargo no Fed.
O caso tem potencial de chegar à Suprema Corte, já que envolve a independência do banco central norte-americano em relação a pressões políticas. Trump tem cobrado cortes agressivos na taxa de juros, criticando o atual presidente do Fed, Jerome Powell, pela condução da política monetária.
Lisa Cook é o terceiro funcionário público a enfrentar investigação criminal por suposta fraude hipotecária. Além dela, Ed Martin conduz processos semelhantes contra o senador democrata Adam Schiff e a procuradora-geral de Nova York, Letitia “Tish” James.