O Supremo Tribunal Federal (STF) entrou nesta quarta-feira (3) no segundo dia do julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de participação na trama golpista. Após a abertura dos trabalhos na véspera, marcada pela leitura do relatório do processo e pela manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), a sessão desta quarta é dedicada às sustentações orais das defesas.

Defesas em destaque

Estão previstas as falas dos advogados de quatro réus: Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Cada defesa terá até uma hora para expor seus argumentos diante dos ministros da Primeira Turma.

Além das sustentações, os ministros também devem analisar questões preliminares levantadas pelas defesas, como pedidos de nulidade e contestações da competência da Corte. Somente depois dessa etapa é que será possível avançar para a votação do mérito, que pode ocorrer ainda hoje ou ficar para as próximas sessões.

Ausência de Bolsonaro

Assim como no primeiro dia, a expectativa é que Jair Bolsonaro não compareça pessoalmente ao julgamento. A estratégia da defesa é representá-lo integralmente, evitando a exposição direta do ex-presidente durante os trabalhos no STF.

O que marcou o primeiro dia

A abertura do julgamento foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que apresentou o relatório com detalhes da investigação. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez a sustentação da acusação, classificando os fatos como parte de uma tentativa organizada de ruptura da ordem democrática.

Também foram ouvidos os advogados de defesa de Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres, que iniciaram a apresentação de seus argumentos. A sessão terminou com a indicação de que o julgamento deve se estender por mais dias, dada a complexidade e a quantidade de sustentações previstas.