O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) aprovou o tombamento integral da caixa d’água do bairro Aparecida, na Avenida Pedro Lessa, 1728. A decisão reconhece o valor histórico, arquitetônico, tecnológico e paisagístico do equipamento, que passa a ter proteção especial como parte da memória urbana do município.

Construída em 1938 pela Companhia City, a estrutura foi projetada para atender à população da zona leste, em expansão à época, nos arredores da antiga Vila Santista — atual região dos bairros Macuco, Embaré, Aparecida, Estuário e Ponta da Praia. O reservatório integra o sistema de abastecimento que partia do Rio Pilões, em Cubatão, até o reservatório do Morro da Penha.

O tombamento abrange a volumetria, a estrutura e os equipamentos originais ainda preservados, como encanamentos, válvulas, maquinário, passarelas e escadarias. O pavimento térreo, hoje ocupado por uma policlínica, terá garantida a manutenção da volumetria e do recuo frontal para preservar a visibilidade do conjunto.

Já a área voltada para a Rua Comendador Alfaia Rodrigues, onde funciona a Vila Criativa Sênior, poderá receber projetos livres, desde que valorizem o bem tombado e incluam áreas verdes para reduzir o impacto visual.

O processo de tombamento havia sido solicitado em 2009, mas não avançou. Foi retomado em 2024 e concluído neste ano. Com a decisão, o imóvel passa a ter maior proteção legal e possibilidade de captação de recursos para futuras restaurações.

A caixa d’água é composta por um reservatório elevado em concreto armado, sustentado por 12 pilares externos e uma torre central de acesso, sendo considerada um marco arquitetônico da cidade.

O que muda

Quando um patrimônio é tombado historicamente, ele passa a ter proteção legal, não podendo ser demolido, alterado ou descaracterizado sem autorização dos órgãos competentes. Isso garante sua preservação, valorização cultural e possibilidade de restauração com apoio público.