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Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levaram ao julgamento da ação penal da trama golpista, no Supremo Tribunal Federal (STF), anotações e documentos que revelam parte da estratégia da defesa. A Primeira Turma da Corte iniciou, nesta quarta-feira (3), a análise do caso, com as sustentações orais conduzidas por Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno.
Entre os materiais apresentados, constam trechos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A defesa deve insistir na anulação do acordo, alegando que o militar teria apresentado informações falsas e omitido fatos relevantes em diferentes ocasiões. Esse pedido já havia sido protocolado nas alegações finais do processo, no mês passado.
Outro ponto central das anotações é a tese de que Bolsonaro não adotou medidas concretas para instalar mecanismos como estado de defesa ou de sítio. Em registros manuscritos, a defesa sustenta que a assinatura de qualquer decreto desse tipo deveria ser precedida da convocação dos conselhos da Defesa e da República, questionando se tal procedimento chegou a ocorrer.

Durante o interrogatório prestado em junho, Bolsonaro havia defendido que apenas discutiu hipóteses constitucionais, sem levá-las adiante. Segundo ele, não havia condições políticas nem apoio suficiente para viabilizar a aplicação de medidas de exceção.
O julgamento segue com a análise dos argumentos da defesa e da acusação, em um dos processos de maior repercussão envolvendo o ex-presidente e outros aliados acusados de tentar articular um golpe de Estado após as eleições de 2022.