A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro é considerada justa por 55% da população brasileira, de acordo com a mais recente pesquisa Quaest encomendada pela Genial Investimentos. A medida foi imposta no início de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o descumprimento de restrições impostas ao uso de redes sociais e da tornozeleira eletrônica. Outros 39% avaliam a prisão como injusta, enquanto 6% não souberam ou preferiram não opinar.
O levantamento, realizado entre os dias 13 e 17 de agosto com 2.004 entrevistados, revela também que 57% consideram que Bolsonaro fez uma chamada de vídeo com apoiadores de forma proposital para provocar o ministro do STF. A ação aconteceu em 3 de agosto, um dia antes da decisão judicial. Para 30%, a participação do ex-presidente no vídeo decorreu de um erro ou desconhecimento das regras que lhe foram impostas.
Entre os grupos que mais apoiam a prisão domiciliar estão os que se declaram de esquerda, mas não necessariamente lulistas, eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno de 2022, moradores do Nordeste, pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos, católicos, mulheres e jovens entre 16 e 34 anos. Já a percepção de injustiça é predominante entre os que se identificam com Bolsonaro, votaram nele no último pleito presidencial ou são evangélicos.
A pesquisa também aponta que 52% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro teve participação em um plano de tentativa de golpe, um número que vem crescendo desde março, quando era de 49%. A percepção negativa é mais marcante entre eleitores de centro, sugerindo que esse grupo desempenha papel decisivo na consolidação dessa visão.
O nível de informação da população sobre o processo judicial envolvendo o ex-presidente também aumentou. A grande maioria dos entrevistados, 86%, já sabia que Bolsonaro está sendo julgado pelo STF, contra 73% no levantamento anterior. Apenas 14% afirmaram desconhecer o andamento do julgamento, que está marcado para começar no dia 2 de setembro.