O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem prazo até as 20h34 desta sexta-feira (22) para apresentar explicações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a respeito de suposto risco de fuga identificado pela Polícia Federal (PF). A determinação foi expedida na quarta-feira (20), após a PF apontar que Bolsonaro possuía um documento com pedido de asilo político endereçado ao presidente argentino Javier Milei.
No arquivo, de 33 páginas, o ex-presidente alegava ser alvo de perseguição política e de “diversas medidas cautelares”. Para a PF, a posse desse material evidencia a intenção de deixar o país de forma irregular após as restrições impostas pelo STF. Moraes destacou que as provas reunidas pela investigação indicam a elaboração de estratégias para uma possível evasão.
Atualmente em prisão domiciliar, Bolsonaro está proibido de utilizar telefone, redes sociais ou intermediar comunicações por terceiros. Além disso, encontra-se sujeito a uma série de medidas cautelares decretadas pelo Supremo no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
Na mesma decisão, Moraes determinou que a manifestação da defesa seja encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá mais 48 horas para se pronunciar. A defesa do ex-presidente já negou o descumprimento das cautelares e afirmou que todos os pontos serão esclarecidos dentro do prazo estabelecido.
A PF também indiciou Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suspeita de obstrução de Justiça no caso do golpe. Segundo o relatório, ambos teriam atuado de forma coordenada, inclusive com apoio de aliados no exterior, para interferir no andamento das investigações e pressionar autoridades do STF.
