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Brasil entra para elite da engenharia mundial com túnel submerso
Brasil entra para elite da engenharia mundial com túnel submerso
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Estrutura inédita no país promete transformar a mobilidade no litoral paulista, reduzir filas da balsa e gerar milhares de empregos com tecnologia de ponta.

IMAGENS DA INTERNET

Após décadas de promessas e projetos engavetados, o sonho da ligação seca entre Santos e Guarujá está finalmente saindo do papel. O primeiro túnel submerso do Brasil, atualmente em construção no litoral paulista, deve se tornar um marco na mobilidade urbana e na engenharia nacional, utilizando uma tecnologia já consagrada em países como Japão, China e Holanda.

Com 1,5 km de extensão — sendo 870 metros sob o leito do canal do Porto de Santos —, a estrutura promete reduzir drasticamente o tempo de travessia, hoje dependente de balsas lotadas e sujeitas a longas filas. A obra, além de inédita no país, representa um avanço técnico em uma região com solos instáveis e tráfego portuário intenso, fatores que inviabilizaram alternativas como pontes ou escavações profundas.

O modelo adotado é o do túnel imerso: segmentos pré-moldados de concreto, produzidos em uma doca seca, serão transportados por flutuação até o local de instalação, submersos cuidadosamente e encaixados no fundo do canal com auxílio de lastros. Essa solução moderna traz vantagens técnicas e ambientais, minimizando desapropriações, reduzindo o impacto urbano e acelerando o cronograma de execução.

A escolha por não construir uma ponte levou em conta a proximidade com a Base Aérea de Santos e a movimentação constante de navios no porto — obstáculos que reforçaram a opção submersa. A obra, que deve gerar mais de 9 mil empregos, coloca São Paulo novamente na liderança dos grandes projetos de infraestrutura da América Latina.

O túnel contará com três faixas por sentido, sendo uma delas adaptável ao uso futuro do VLT, além de uma galeria central para ciclistas e pedestres, equipada com ventilação, iluminação e sistemas de emergência. A estrutura será monitorada em tempo real, com controle de tráfego e resposta imediata a incidentes.

Além da inovação construtiva, o modelo também é mais econômico ao longo dos anos. A facilidade de acesso para manutenção e a durabilidade dos módulos devem reduzir significativamente os custos operacionais durante o período de concessão.

Com entrega prevista para os próximos anos, o Túnel Santos-Guarujá atende uma demanda histórica da população e simboliza uma virada de chave para a mobilidade regional. A obra também representa um salto de confiança na engenharia brasileira, que passa a integrar o grupo seleto de nações que dominam essa tecnologia.

Procurado, o Governo do Estado não informou a data exata de conclusão da obra, mas garante que o cronograma está sendo seguido com prioridade. Enquanto isso, moradores e trabalhadores que cruzam o canal diariamente seguem acompanhando, entre a expectativa e a desconfiança, cada avanço do futuro túnel.

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